Revelação foi feita pela mãe da vítima, na primeira audiência do caso. Outro alvo do militar, Pedro Henrique da Silva, também foi ouvido
Antes de matar a tiros a ex-namorada Jéssyka Laynara da Silva Souza, 25 anos, o policial militar Ronan Menezes Rêgo, 27, ameaçou vazar vídeos íntimos do casal. Quem fez a revelação foi a mãe da vítima, Adriana Maria da Silva, ouvida na tarde desta sexta-feira (10/8), durante a primeira audiência do caso, realizada no Tribunal do Juri de Ceilândia. O assassinato ocorreu em 4 de maio, na QNO 15, em Ceilândia Norte.
“Ele fazia chantagem. Dizia que estava com câncer, que ia se matar e ameaçou até divulgar vídeos íntimos dos dois”, contou a mulher. Ronan estava no prédio onde ocorreu a oitiva, mas, a pedido de Adriana e de outros familiares — que não queriam depor na frente dele — foi colocado em outro ambiente.
Quem também testemunhou foi o professor de academia Pedro Henrique da Silva Torres, 29, que também se tornou vítima do soldado. Minutos antes de tirar a vida de Jéssyka, o militar se dirigiu até a academia a ginástica onde o personal trabalhava, na EQNO 2/4, e abriu fogo contra ele. O PM acreditava que Jéssyka e Pedro mantinham um relacionamento amoroso, informação negada pela vítima.
Segundo ele, quando descobriu que Ronan e a jovem tinham terminado, iniciou uma aproximação, mas não passou disso. “Nunca namorei com ela. Até gostaria, mas estávamos apenas trocando mensagens e nos conhecendo”, disse.
De acordo com Pedro, no dia do crime, Ronan chegou ofegante à academia com a arma na cintura. Ele teria passado por baixo da catraca e apontado a pistola contra ele.
Ela ainda confirmou o comportamento agressivo de Ronan e acredita que Jéssyka só não o denunciou antes para proteger a família. “[Ele] ligou pra mim e disse que ia matar minha filha. Ainda ameaçou matar os irmãos”.
Morta na frente da avó
A avó Madalena Honorato da Silva presenciou a morte da neta. Disse que uma discussão inicial teria motivado a ira de Ronan. “Eles brigaram em casa. Mais tarde voltou e chamou pela Jéssyka. Quando abri a porta, minha neta estava em choque encarando o Ronan, que apontava a pistola. Só consegui pedir para ela correr, mas ele atirou e a matou”.
Antes de morrer, Jessyka registrou, em fotos, os machucados provocados pelo PM ao espancá-la. Confira essa e outras imagens abaixo:
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