Blog do Adilson Ribeiro

Quarta-feira – 11:30 – Polícia Militar do Rio tem mais chefes do que comandados. Clique na imagem e saiba mais:

Com a promessa de assumir diretamente a responsabilidade pela segurança pública do Rio, o governador eleito Wilson Witzel (PSC) encampa, entre outros, o desafio de solucionar o colapso na organização hierárquica da Polícia Militar. Hoje, a corporação sofre o fenômeno da “pirâmide invertida”: conta com mais chefes do que comandados. Dados fornecidos pela PM mostram que, no quadro operacional, há 15.200 sargentos contra 11.894 cabos e 9.216 soldados. Já entre os oficiais, o número de majores supera o de capitães ou tenentes.

O cenário atual remonta a medida adotada pelo Estado desde a década de 80, com a criação de planos de carreira prevendo promoção pelo tempo de serviço, tanto para oficiais quanto para praças. Sem a necessidade de concursos internos, as ascensões de cargo levaram a improvisos operacionais e, segundo especialistas, interferiram diretamente na qualidade do policiamento. Por conta disso, é comum ver graduados serem escalados para funções subalternas, como dirigir uma viatura ou levantar a cancela na entrada de um quartel. Outro efeito provocado pela questão foi um rombo na previdência estadual, já que os salários cresceram mesmo sem, necessariamente, ocorrer mudança de tarefa.

Na tentativa de corrigir as distorções, a cúpula da corporação traçou uma proposta para frear as promoções pelo tempo de serviço. Na semana passada, dez deputados eleitos do Rio, entre estaduais e federais, foram recebidos pelo Estado Maior da PM para uma apresentação sobre o tema. O plano já havia sido exposto à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), em junho, e ao interventor federal, general Braga Netto, em agosto. Durante a corrida eleitoral, a sugestão foi levada aos candidatos a governo do estado, inclusive Witzel.

Promoções por decreto

No caso dos oficiais, a promoção de oficiais por tempo de serviço está balizada em leis estaduais — sancionadas em 1984, 2002 e 2011 —, e permite, por exemplo, que um tenente-coronel com 32 anos de serviço seja promovido automaticamente ao posto de coronel e passado imediatamente para a reserva remunerada, mesmo sem ter exercido o cargo.

Já o plano de carreira de praças foi editado por decretos. No ano eleitoral de 1996, o então governador Marcello Alencar (PSDB) possibilitou a promoção de soldados, cabos e sargentos da PM pelo tempo de serviço. Dessa forma, um soldado com dez anos de serviço se tornaria cabo e, cinco anos depois, era promovido a sargento sem a necessidade de concursos ou meritocracia. No ano seguinte, em novo decreto, foi alterada a obrigação de o PM ter uma ficha com classificação de comportamento “ótimo” e “excepcional”. Para ser promovido, bastava estar classificado como “bom”. Em 2012, nova mudança no decreto, na gestão Sérgio Cabral reduziu os intervalos de promoção: o primeiro, de dez para seis anos e o segundo, de 15 para 12 anos.

Atualmente, o déficit no número considerado ideal de soldados na PM é de 28.270.

A proposta estudada pela PM ataca diretamente a forma de promoção por tempo de serviço. Writing Studio quadro de policiais militares. No início do próximo ano, será divulgada a data de convocação dos aprovados no concurso da PM.

Fonte: Extra. Writing Studio

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