Blog do Adilson Ribeiro

Quinta feira 14:16 – “OPERAÇÃO BRUMADINHO”: 200 MORTOS E 108 DESAPARECIDOS. Clique na imagem abaixo veja mais fotos e saiba mais informações…

Maior de Busca e Salvamento já registrada no Brasil

ATÉ O MOMENTO 200 MORTOS E 108 DESAPARECIDOS

Writing Studio 590″ class=”wp-caption alignnone”>

Silvan Alves esteve duas vezes em Brumadinho (6º e 15º dias de buscas)

Até o momento 200 corpos dos desaparecidos já foram localizados e identificados. Ressaltando que o número de segmentos e corpos não corresponde exatamente ao número de pessoas que serão identificadas, uma vez que mais de um segmento pode pertencer à mesma pessoa. Todo o trabalho de identificação é feito com um corpo de legistas da Polícia Civil altamente qualificado.

Para retirar todo o rejeito extravasado, seriam necessários necessários 12,5 milhões de conchas de retroescavadeiras (volume padrão da concha 0,8 m³). Para cada corpo (considerando 308 corpos, a partir da soma de identificados+desaparecidos), não houvesse o trabalho de inteligência, seriam necessários 40.584 conchas de rejeito revolvido para cada corpo localizado.

O trabalho de inteligência envolve a aplicação de modelos matemáticos para entendimento do comportamento dos fluxos de lama, o cruzamento entre dados georeferenciados da localização dos corpos e localização anterior das vítimas, a utilização de tecnologias como dados de sinais celulares, a comparação de material recolhido com mobiliários pertencentes aos locais destruídos, entre varias outras técnicas. Drones com tecnologia de leitura térmica, imagens de satélite, monitoramento por instrumentos de alta precisão também são recursos importantes empregados nas buscas. Para a compreensão desses dados, o CBMMG possui especialistas formados nacional e internacionalmente, em países como Japão, Reino Unido e Portugal, além de corpo técnico de engenheiros, geotécnicos, aviadores (para as atividades com drones e demais atividades aéreas), entre outros.

A área atingida representa 10 quilômetros lineares ou 4 milhões de metros quadrados. Isso equivale a 1,6 a área da Lagoa da Pampulha, por exemplo.

No primeiro mês da operação, foram feitos uma média de 299 pousos e decolagens por dia, o que resultou na maior movimentação aérea do Estado. Para se ter uma ideia, o Aeroporto de Confins realiza uma média de 260 pousos e decolagens por dia. Somente a operação aérea em Brumadinho envolveu 31 aeronaves e mais de 1516 horas de vôo até o momento. Com essa quantidade de horas de vôo, utilizando o helicóptero, nas condições normais de velocidade e alcance, seria possível dar quase 8 voltas completas ao mundo. É a maior operação de busca e salvamento já realizada no País também na dimensão aérea. Além das aeronaves, 1 balão de observação, 1 radar de drones, além de uma estrutura de controle aéreo específico e 7 drones do CBMMG com recursos de imagem termal fazem o apoio às operações em terra. As aeronaves são monitoradas em tempo real graças a um sistema específico montado para a operação.

O trabalho dos cães de busca também tem sido essencial para a operação. Nos últimos 7 dias, todos os corpos e segmentos localizados foram encontrados com o apoio dos cães. A partir da identificação de algum indício de corpo no local (por meio do cheiro ou de manchas de sangue, por exemplo), uma equipe de intervenção rápida com cães é acionada para o local, onde o cão confirma ou não a existência de corpo no local. Esse tipo de recurso evita o trabalho desnecessário e incrementa a capacidade de busca das equipes.

A operação integrada tem sido aspecto fundamental da operação. A partir de uma investigação da Polícia Civil, dois estelionatários que haviam inserido nomes falsos na lista de desaparecidos objetivando auferir vantagem econômica ilícita foram retirados, evitando assim buscas desnecessárias das equipes de resgate. A Polícia Militar auxilia no isolamento do local e proteção dos locais evacuados, bem como a Defesa Civil realiza o reestabelecimento de serviços essenciais e gestão das pessoas desalojadas, entre outras atividades. O SISEMA monitora os impactos ambientais e implementa medidas mitigadoras, de modo que o impacto na fauna e flora sejam os menores possíveis.

A operação não possui previsão de término e somente existem duas hipóteses de encerramento: a localização de todos os corpos desaparecidos ou a impossibilidade fática de recuperação de corpos devido à questão biológica, que diz respeito ao momento em que o estado de decomposição dos corpos será tão avançado que impedirá a sua localização em meio ao rejeito devido à interação entre os materiais. Por isso, diariamente são realizadas reuniões de briefing e debriefing com as equipes para se avaliar como os trabalhos estão ocorrendo e qual a perspectiva próxima. Até o presente momento, não houve nenhum dia em que não tenha ocorrido a localização de corpos ou segmentos, o que demonstra que a operação continua sem previsão de término.

O CBMMG permanecerá com seus homens, mulheres e recursos empenhados para conseguir abreviar o sofrimento das famílias dos desaparecidos. Esse é o nosso compromisso. Mais uma vez, fomos os primeiros a chegar e seremos os últimos a sair.

Fonte: Silvan Alves

Writing Studio

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *