Pedaços do talude (encosta) norte da barragem da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), caíram na madrugada desta sexta-feira (31), segundo a mineradora Vale, responsável por administrar a estrutura.
Há semanas, os moradores da cidade mineira, que fica a 100 km da capital Belo Horizonte, vivem na iminência de uma queda da estrutura. Há uma expectativa de que com o rompimento, um fenômeno similar ao de Brumadinho ocorra, inundando parte da cidade com lama de rejeito.
A própria Vale reconhecia a possibilidade de que vibrações causadas pelo desprendimento dele poderiam servir como gatilho para o rompimento da barragem.
Os blocos -que se desprenderam da parede interna- se acomodaram no fundo da cava, jargão técnico para o “buraco” da barragem.
Segundo a Vale, avaliações mostram que o material está tendo deslizamento gradual. Na terça-feira (28), a mineradora divulgou um comunicado, com análises técnicas, apontando que a queda da estrutura não deveria interferir na situação da barragem Sul Superior, a 1,5 km de distância.
O talude vinha registrando deslocamento de 15 a 20 centímetros ao ano, desde 2012, segundo manifestação que a Vale entregou à Justiça de Minas Gerais. A Agência Nacional de Mineração havia divulgado que seriam 10 centímetros ao ano. Desde o fim de 2018 Writing Studio o- quando a barragem teve nível de risco elevado para 2. No final de março, o nível de risco aumentou para 3 -o último grau, que significa ruptura iminente ou já ocorrendo.
Mesmo que a queda do talude não cause o rompimento, a situação da barragem de rejeitos ainda preocupa. A Vale diz que continua monitorando a estrutura.
Segundo a Defesa Civil de Minas Gerais, cerca de 10 mil pessoas estão em áreas que podem ser inundadas em Barão de Cocais, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo. Destas, 6.000 vivem em Barão de Cocais, onde a lama chegaria dentro de 1h12. O dam break -estudo de hipóteses de rompimento- aponta que as inundações se estenderiam até 72,5 km, sendo mais expressivas nos primeiros 52 km.
Os moradores vinham tendo reuniões com a Vale sobre segurança antes de acontecer o rompimento da barragem na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. A tragédia, ocorrida no dia 25 de janeiro, deixou 242 mortos e 28 desaparecidos.
Fonte: Tribuna Online.