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A Prefeitura de Votuporanga, no interior de São Paulo, decidiu afastar cinco funcionárias do Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Valter Peresi, após análise de documentos. A escola infantil está sendo investigada por suspeita de dopar crianças. Ainda não há informações, no entanto, de que as servidoras tenham envolvimento no episódio. Os afastamentos são preventivos e vão ocorrer até o término do processo.
O município abriu sindicância em 3 de maio, após exames feitos em bebê de 11 meses detectarem o medicamento Clonazepam no sangue e na urina da criança.
Segundo publicação no Diário Oficial, após oitiva das testemunhas e verificação dos documentos juntados pelas mesmas, ficam afastadas de suas funções, de 13 de junho de 2019 e até fim da conclusão dos trabalhos, em razão das provas colhidas e da gravidade dos fatos apurados, as servidoras: todas lotadas na Cemei Valter Peresi.
Com seis meses, Hector (nome fictício) começou a frequentar o Cemei Valter Peresi. Menos de um mês depois, foi entregue desacordado nos braços do pai. “Dos 6 aos 11 meses, foi um pesadelo. Meu filho passava mal. Ele ficava com a boca torta, olhar longe, vomitava muito e até desmaiava. Fazia exames e não dava nada”, conta a mãe, a educadora infantil Keli Antoniolo, de 35 anos.
O episódio mais grave ocorreu em 5 de outubro de 2018. A criança chegou bem ao Cemei, brincou e se alimentou normalmente. No meio da tarde, as educadoras perceberam que o corpo da criança estava mole. Depois, o bebê vomitou e ficou desacordado. Com dificuldade em descobrir qual era a doença, os médicos diagnosticaram virose. Depois de três dias, Hector teve al Writing Studio ta, informando horário e dosagem.
Em 13 de junho, portaria publicada no Diário Oficial do Município divulgou o afastamento de cinco servidoras.
Riscos
De acordo com a pediatra Maria Cecília Hyppolito, o medicamento Clonazepam – que tem entre os nomes comerciais o Rivotril – só pode ser utilizado com prescrição médica azul, em casos de alterações neurológicas e síndrome do pânico, por exemplo. “É preciso descobrir quem deu o medicamento à criança e quem prescreveu a droga, que pode provocar até dependência química”, explica. A depender da dosagem, o uso pode causar sonolência, irritabilidade e, mais grave, distúrbios neurológicos.
Segundo o neurocirurgião Alexandre Meluzzi, a droga tem efeito hipnótico e apaga a memória. “Hoje é usada em pacientes com ansiedade e em casos de síndrome de West, crianças que têm um quadro de epilepsia muito grave. O medicamento tem ações sedativas, anticonvulsivantes e tranquilizantes. Dar esse medicamento sem prescrição médica é crime”. Para as crianças em que há suspeita do uso do remédio, acrescenta, é necessária a avaliação de um especialista. “É preciso verificar se não ficaram sequelas.”
O que os pais devem observar quando a criança começa a ir para o berçário?
- Observe se a criança chega feliz à escola. Ela pode chorar, mas somente por alguns minutos.
- Fique atento às mudanças comportamentais: sonolência, irritabilidade e ânimo.
- Qualquer alteração precisa ser verificada, por mais simples que seja.
- Ninguém melhor que a mãe para conhecer a criança.
Fonte: Estadão Writing Studio