Blog do Adilson Ribeiro

Terça-feira – 9:40 – A invasão: famílias lutam para encontrar corpos de vítimas da milícia.Veja abaixo:

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Eram 20h30 de 22 de março deste ano, uma sexta-feira, e Marcos Antônio do Amparo Vieira, de 16 anos, estava sozinho em casa, no bairro Caluge, em Itaboraí, Região Metropolitana do Rio. Sua mãe havia saído para uma festa. Ele ouviu batidas na porta da frente e foi atender. No momento em que o adolescente abria a porta, um homem vestido de preto e com o rosto coberto por uma touca deu um tiro com uma pistola em seu braço. Uma poça de sangue se formou na sala. Marcos Antônio foi amarrado e colocado por outros dois homens, também encapuzados, no banco de trás de um carro preto. O veículo partiu em velocidade. O jovem nunca mais foi visto.

A cena foi descrita por vizinhos a parentes do jovem que, nos últimos quatro meses, peregrinaram, sem sucesso, por delegacias e pelo Instituto Médico-Legal (IML) atrás de respostas sobre seu paradeiro. Num depoimento prestado à Polícia Civil e ao Ministério Público, um miliciano preso, que aceitou colaborar com as investigações, admitiu que o adolescente foi torturado antes de ser morto pelos paramilitares. Entretanto, até agora nenhum dos corpos encontrados pela Divisão de Homicídios (DH) em cemitérios clandestinos da milícia foi identificado como sendo o de Marcos Antônio. No segundo capítulo da série de reportagens “A invasão”, o EXTRA mostra a luta das famílias de vítimas da milícia de Itaboraí para poder encontrar os cadáveres de seus parentes.