Blog do Adilson Ribeiro

Quinta-feira – 23:47 – PMs penduram placa de ‘100º preso’ em suspeito detido na Zona Norte do Rio. Veja abaixo:

Clique na imagem acima e inscreva-se no vestibular da UNIG

 RIO — A Polícia Militar capturou na tarde desta quinta-feira em Higienópolis, na Zona Norte do Rio, três homens que são suspeitos de integrar uma quadrilha de roubos de carga, oriundos do Morro do Salgueiro, na Tijuca. Ao fim da ação, fruto de um monitoramento de quatro meses feito pela Superintendência de Inteligência e Análise (SIA) da PM, e pela Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), os militares penduraram uma placa “comemorativa” de 100º preso num dos suspeitos. Um deles era Darlon Correia Formoso da Silva, vulgo DL, apontado como um dos gerentes do tráfico no Salgueiro.

Para o coordenador de Defesa Criminal da Defensoria Pública do Rio, Emanuel Queiroz, policiais descumpriram uma série de mandamentos constitucionais. O órgão irá à Justiça para que militares sejam responsabilizados.

— Quem lavra e prende é delegado de polícia. A atitude de um PM de expor uma pessoa numa situação destas já vulnera a lógica, porque ele deteve alguém, mas não tem o poder de prender, condenar. Toda esta atitude de exposição vexatória destas pessoas nestas condições não guarda nenhuma lógica com o sistema jurídico vigente — disse.

Ele afirma que uma Ação Civil Pública da Defensoria, aceita pela Justiça, condena o Estado do Rio a não mais expor peças como esta, e reclama que a decisão não é respeitada.

— O estado foi condenado pelo judiciário após uma Ação Civil Pública movida pela Defensoria que impede a polícia de expor vexatoriamente as pessoas privadas de liberdade, e não expor mais midiaticamente estas pessoas. Ela é descumprida rotineiramente pelos agentes públicos de segurança, e certamente este fato (da placa) irá motivar mais uma vez que a gente provoque o judiciário para que estas pessoas sejam responsabilizadas.

O defensor público conclui:

— Os detidos devem ser levados a uma delegacia, onde um delegado irá checar a validade ou não daqueles mandados de prisão. É uma situação onde o policial, com este tipo de atitude, não só está descumprindo uma série de mandamentos constitucionais, como está arriscando e se expondo a estar cumprindo uma ordem de prisão que não é mais válida, por exemplo. O que é comum de acontecer. São nossos capitães do mato. É a sociedade do escracho. É todo mundo tratado como culpado quando a regra é presumir que as pessoas sejam inocentes.

Para o ex-secretário nacional de Segurança Pública, coronel José Vicente, a atitude configura uma humilhação, e responsáveis deveriam ser punidos.

— Mesmo criminosos presos são titulares de direitos. Sequer poderiam ser expostos, sem consentimento deles. Em qualquer polícia do mundo policiais seriam punidos por essa atitude de humilhar pessoas presas — afirmou.
102 presos pela CPP em 2019

O número de presos pela CPP este ano, na verdade, de acordo com a própria Coordenadoria, chegou a 102. Os outros dois caputarados na operação foram Daniel Félix da Silva, vulgo Dani, e Walace de Matos Marques, conhecido como Branco. O trio foi surpreendido pela equipe da PM quando Writing Studio Matos Marques, conhecido como Branco. O trio foi surpreendido pela equipe da PM quando estava na Rua Arumã, em Higienópolis, num carro branco, de placa clonada. Eles atiraram contra os policiais, mas foram cercados pelos PMs e presos. No carro, a polícia apreendeu uma pistola calíbre .40.

De acordo com a CPP, Darlon possuía dois mandados de prisão por associação para o tráfico e homicídio qualificado. Daniel, havia um mandado de prisão por homicídio qualificado. Walace estava em liberdade há um ano, cumprindo regime semiaberto.

Na ação, ninguém ficou ferido. A ocorrência foi registrada na 21ª DP (Bonsucesso).

Procurada para comentar sobre a placa, pendurada em um dos detidos, a Polícia Militar ainda não respondeu à reportagem.

-Fonte: Extra.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *