Blog do Adilson Ribeiro

Segunda-feira – 13:40 – Anvisa deve regulamentar o cultivo da maconha em 2018

Com o preço sendo o principal entrave para o acesso à terapia à base de maconha, que não é oferecida nem pela rede pública nem pelos planos de saúde, Agência prevê que até o fim do ano o protocolo técnico esteja pronto para ser encaminhado a uma consulta pública. Expectativa é que regras para o cultivo da ‘Cannabis sativa’ para uso medicinal saiam no primeiro semestre de 2018. As informações são d’O Globo.

Há três anos, a fisioterapeuta e empresária Deolinda Rocha Rodrigues viu a vida da filha Jéssica, de 26 anos, mudar. Com a rara síndrome de desordem da migração neuronal, a jovem sofria convulsões diárias desde os 5 anos. Eram pelo menos cinco crises por dia, chegando a 30 qued Writing Studio ra U$ 1 mil (R$ 3,2 mil).

— Hoje a gente recebe o produto em casa, sem pagar ICMS e imposto de importação, que chegava a 60% do valor na nota fiscal, e a própria importadora faz o desembaraço aduaneiro — explica.

Norberto acrescenta que, no Distrito Federal, onde mora, o remédio foi inserido na lista de fornecimento da rede pública de saúde e cinco famílias já conseguiram autorização para produção doméstica, uma solução eficiente para alguns casos. Ele lembra também que a Justiça Federal da Paraíba deu parecer favorável à Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace) para a manutenção do plantio coletivo da Cannabis sativa para fins medicinais em benefício de 151 pacientes registrados pela instituição.

 

— Agora aguardamos que a Anvisa regulamente o plantio doméstico no Brasil e que haja uma quebra do paradigma médico de só receitar o canabidiol depois de todos os outros medicamentos falharem.

De acordo com o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, o preço ainda é o principal entrave para o acesso à terapia, que não é oferecida oficialmente nem pela rede pública nem pelos planos de saúde. Esta situação tem agilizado o processo de regulamentação do plantio de Cannabis sativa para pesquisa e produção medicinal no Brasil. Até o fim do ano, o protocolo técnico deve estar pronto para ser encaminhado para consulta pública. A expectativa é que esse tipo de cultivo já esteja regulado até o fim do primeiro semestre de 2018.

— As regras vão garantir a padronização e a qualidade da cannabis plantada domesticamente e possibilitar que instituições públicas e privadas cultivem e desenvolvam medicação à base de plantas proscritas no Brasil.

Barbosa destaca que a Anvisa alterou a regulamentação no ano passado para permitir o registro de medicamentos como o canabidiol e o tetrahidrocannabinol (THC). A medida fixou limites de cada uma das substância nos remédios, de modo que produzam efeito terapêutico, mas não causem dependência. O primeiro medicamento derivado da cannabis registrado no Brasil, em janeiro deste ano, foi o Mevatyl, da Beaufour Ipsen Farmacêutica, destinado ao tratamento clínico de pacientes com esclerose múltipla. O remédio ainda não está disponível nas farmácias, mas será comercializado com tarja preta e terá dispensação sujeita a prescrição médica e notificação de receita.

A HempMeds Brasil, primeira empresa autorizada a importar CBD para o país, também espera ter o óleo de cânhamo terapêutico registrado pela Anvisa até 2018. Segundo a diretora de operações da companhia, Carolina Heinz, a perspectiva é de que em um ano o produto já esteja sendo produzido em solo brasileiro e vendido diretamente nas farmácias, com preço mais acessível.

— Nossa intenção é continuar importando a matéria-prima de nossas plantações na Europa, mas fabricar aqui, facilitando o acesso e baixando os preços — explica ela, afirmando que o número de pacientes assistidos pela HempMeds no Brasil quadruplicou em dois anos.

Carolina também afirma que a comunidade médica vem aceitando de forma crescente a inclusão do canabidiol entre as possibilidades de tratamento, motivada por resultados positivos de pesquisas científicas. A substância é indicada para auxiliar o tratamento de condições como autismo, Parkinson, Alzheimer e epilepsia.

Fonte : O Globo Writing Studio

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