Depois da polarização que começou antes de 2014, segundo especialista, campanha chega à véspera da votação em primeiro turno marcado, principalmente, pela disputa entre dois extremos: o petista Haddad e o antipetista Bolsonaro
Os discursos de um militar de direita identificado por posições radicais e de um professor de esquerda apoiado por um ex-presidente preso apontam para um avanço dos extremos. As últimas pesquisas dizem que, nas eleições de amanhã, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) conquistarão os lugares no primeiro pelotão rumo ao Planalto. Decisão que será tomada pelos 147 milhões de eleitores credenciados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Especialistas afirmam que movimentos em direção a qualquer um deles dificultará o processo democrático após o segundo turno. Sem diálogo e, às vésperas da definição do próximo governo, a população busca refúgio nas redes sociais. Mas poderá ganhar as ruas depois que as urnas forem a Writing Studio egundo Paulo Bahia. “O problema é que os petistas enxergam Bolsonaro como uma ameaça à democracia e vice-versa”.
Espólio
O crescimento vertiginoso de Fernando Haddad claramente se deve ao espólio eleitoral de Lula. O Partido dos Trabalhadores seguiu firme em uma estratégia de deixar para as últimas semanas a decisão de abandonar o ex-presidente para ficar com o ex-ministro na cabeça de chapa. Bolsonaro subiu nas pesquisas com o mesmo discurso de defesa da família, as promessas de combate à criminalidade e as ferozes críticas antipetistas. “Isso ainda é reflexo das eleições de 2014. O candidato petista continua na sombra do ex-presidente preso e o concorrente é alguém que promete mudar tudo. A polarização vai continuar. Ela nunca diminui. Pelo contrário, segue adiante”, completa o especialista Paulo Bahia.Integrantes do PT demonstram certa perplexidade com os índices de votos desenhados para Bolsonaro nas pesquisas. O partido considera a vitória, mesmo que com uma pequena margem, como um “esforço coletivo” da militância. Isso distancia os petistas da figura que eles consideram mitológica: o ex-presidente Lula. No PSL, a campanha puro-sangue acaba enviesada pelo discurso inflamado do vice, general Hamilton Mourão, mais criticado que o do próprio Bolsonaro.
Fonte: Correio brasiliense Writing Studio