Blog do Adilson Ribeiro

Rio: Segunda feira 20:40 – Lutadora do UFC reage a assalto e “espanca” ladrão. Veja todos os detalhes do caso e fotos:

Lutadora do UFC reage a assalto no Rio e domina ladrão com socos, chute e mata-leão

A lutadora brasileira Polyana Viana, do UFC, reagiu a um assalto na noite do último sábado em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, e dominou o ladrão que tentava roubar o seu celular.

Segundo reportagem do site “MMAjunkie”, Polyana, de 27 anos, estava esperando um Uber na porta do condomínio em que mora quando foi abordada pelo bandido.

“Quando ele viu que eu tinha percebido a presença dele, ele estava bem perto de mim. Ele me perguntou as horas. Eu disse, mas vi que ele não foi embora. Então pus o celular na minha cintura. Aí me me disse: ‘Me passa o celular. Não tente reagir, estou armado’. Ele pôs a mão sobre o parecia ser uma arma, mas percebi que estava maleável. Ele estava bem perto de mim. Foi quando pensei: se é uma arma, ele não terá tempo de sacá-la. E dei dois socos e um chute. Ele caiu e o detive com um mata-leão”, explicou a lutadora.

O ladrão foi mantido dominado com uma chave de braço até a chegada a polícia. A “arma” usada na tentativa de assalto era feita de papelão.
A última luta da brasileira pelo UFC aconteceu em em 4 de agosto, em Los Angeles. Na oportunidade, ela foi derrotada pela americana JJ Aldrich. Polyana, apelidade de Dama de Ferro, tem um cartel de 10 vitórias e duas derrotas no MMA. No UFC, a atleta tem uma vitória e uma derrota.

Veja todos os detalhes do caso:

A lutadora explicou o ocorrido, e logo depois soube que o homem já acumulava passagens pela polícia.

“Chamei um Uber porque ia no shopping ver um filme. Fui para a frente do condomínio, onde sempre espero. Fiquei na calçada, sentei e olhei para os lados para ver se vinha alguém, porque aqui é bem perigoso, e não vi ninguém. Logo depois, ouvi passos, olhei para trás e ele vinha, achei que ia pegar meu celular de uma vez e iria correr. Mas ele percebeu que eu vi ele, então sentou do meu lado e perguntou a hora, desconfiado. Falei a hora e guardei o celular na cintura, nisso ele colocou a mão na cintura dele e falou: ‘Passa o celular e não tenta nada, porque eu estou armado’. Olhei para a cintura e vi que estava um pouco murcho o volume, aí só levantei, dei dois cruzados nele e um chute. Ele tomou knockdown, aí segurei ele em um mata-leão, ficou se debatendo, tentando tirar a minha mão. Fomos para o outro canteiro, até ralou minhas pernas, e consegui sentar ele no lugar que eu estava. Pedi para um ‘motoboy’ chamar a polícia, aí começou a chegar gente. Quando ele estava se debatendo, muita gente passou e não fez nada, fingiu que nada estava acontecendo. Depois que o motoboy parou, começou a chegar gente, tirando foto, e aí chegou a polícia. Levaram ele para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento), cuidaram dos machucados e me pediram para ir na delegacia registrar o boletim. Parece que ele já tinha passagem (pela polícia), ficou preso três anos e estava solto há pouco tempo. Não sei se ele ficou preso. Eu fiquei com dó depois (risos), mas na hora que fiquei com tanta raiva, tive vontade de soltar ele, para ele correr. Depois eu disse que ia chamar a polícia, daí ele que falou: ‘Então chama, então chama’. Acho que ele tava com medo que eu batesse nele de novo (risos)”, detalhou Polyana, que revelou que já foi abordada em outras duas oportunidades.
“Não é a primeira vez que isso acontece, é a terceira. E graças a Deus, todas as vezes eles vieram ‘na boca’, nunca vieram armados de verdade. A primeira vez foi em Belém, estava saindo de casa e vieram dois caras de moto me abordando. Só um desceu da moto e já veio agressivo, quebrou minha sombrinha e já pediu para passar o aparelho. Falei que não ia dar, ele tentou tirar da minha mão e já voltei com um soco. Nessa vez eu fiquei muito nervosa, mas ele ficou mais que eu e foi embora. A outra vez também foi em Belém, quando fui no Mercado Ver O Peso. Estava com um cordão de ouro e uma pessoa veio me avisar para não ficar com o cordão, e o cara que me avisou foi o mesmo que avisou para o ladrão. Quando eu estava indo embora, pisei no ônibus, o ladrão passou e deu um tapa no pescoço, quebrando o cordão, mas consegui segurar. Tentei correr atrás só por causa do tapa que ele me deu, mas não consegui”, relembrou a lutadora, que destacou a importância de mulheres praticarem artes marciais, no entanto, ressaltou o perigo e risco em reagir a esses tipos de abordagem.

“Acho muito importante a mulher treinar qualquer arte marcial para defesa pessoal, mas não para uma situação dessas. De jeito nenhum você deve reagir a um assalto, mesmo que você seja um ‘Anderson Silva’ da vida. Eu reagi porque vi que não era arma de verdade e porque ele estava muito perto de mim, foi por isso que reagi, não só porque sou lutadora. Ele estava muito perto e qualquer outra mulher poderia ter dado um empurrão nele e corrido para dentro do prédio, como eu estava próximo do meu. Acho muito importante (a defesa pessoal) em outras situações, como o cara se ‘esfregando’ em você no ônibus, porque acontece direto em esse tipo de situação, casos de feminicídio também. É importante a arte marcial para defesa pessoal ou até para ser uma lutadora mesmo”, encerrou.

Lutadora do UFC mostra como imobilizou ladrão de celular

O rosto de traços finos e as longas madeixas morenas enganam. Com 1,70m de altura e 52 quilos, a paraense Polyana Viana, de 26 anos, mostrou que é casca grossa. A lutadora de MMA estava saindo de casa, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, quando foi abordada por um homem que anunciou um assalto, na noite de sábado . Ele avisou que ela não deveria tentar reagir, pois estava armado. No entanto, ao levar a mão à cintura para indicar onde estaria a pistola, acabou amassando o volume, que mais tarde se revelou um revólver de papelão. Polyana percebeu esse detalhe e partiu para cima do assaltante.

Com uma sequência de dois socos e um chute, finalizada por um mata-leão, ela imobilizou o ladrão, que, ao ver a aproximação de alguns pedestres, implorou que Polyana chamasse a polícia. Identificado como Max Gadelha Barbosa, o assaltante foi levado para uma UPA e, em seguida, para a delegacia.

Veja abaixo como Polyana imobilzou o bandido:

 

— Ele com certeza está acostumado a mexer com mulher. Mas dessa vez mexeu com a mulher errada — conta Polyana, que, apesar de ter sido bem sucedida na reação, não aconselha que outros façam o mesmo: — Não indico de jeito nenhum. Mesmo que a pessoa tenha conhecimentos de defesa pessoal, é muito perigoso reagir se o assaltante estiver armado. Agora, se não estiver armado, tem que enfiar a porrada mesmo.

Não é a primeira vez que Polyana reage a um assalto. Em 2015, em Belém do Pará, ela vivenciou uma situação parecida. Na esquina da casa onde morava, foi abordada por dois homens de moto. Um deles desceu, arrancou o guarda-chuva da mão dela, e ordenou que entregasse o aparelho celular.

— Ele desceu agressivo, me chamando de vagabunda. Eu já tinha ficado estressada porque ele quebrou minha sombrinha. Disse que não ia dar nada. Ele tentou tomar da minha mão. Na hora, dei um soco na cara dele, que cortou o rosto dele. Fiquei com medo de o outro estar armado, mas eles foram embora — lembra.
Conhecida como “Dama de Ferro”, Polyana é oito vezes campeã estadual de jiu-jítsu no Pará, sete vezes campeã estadual de jiu-jítsu no Maranhão, cinco vezes campeã estadual da arte marcial no Tocantins, uma vez campeã estadual da modalidade em São Paulo, campeã mundial em 2015 e campeã do Jungle Fight.

A paraense iniciou sua carreira no UFC em fevereiro, quando derrotou a adversária americana Maia Stevenson em 3m50s, ainda no primeiro round. A segunda luta aconteceu em agosto, em Los Angeles. No UFC 227, ela fez um bom primeiro assalto contra a americana JJ Aldrich, mas acabou derrotada. A próxima luta de Polyana no UFC deve ocorrer em março.

‘TINHA MEDO DO RIO’

Nascida e criada em São Geraldo do Araguaia, um município paraense com menos de 25 mil habitantes, Polyana Viana entrou no mundo da luta aos 21 anos. Antes, ela flertava com outro esporte: o futebol.

— Sempre joguei bola. Comecei aos 9 anos. Luta, para mim, era coisa de filme. Um dia, em um campeonato de futsal, um professor de jiu-jitsu percebeu que eu só jogava dando canelada nas meninas. Eu era muito violenta. Ele me chamou então para lutar jiu-jitsu. Primeiro, eu disse que não queria aquele negócio de agarra-agarra. Mas ele insistiu, e eu fui — lembra a lutadora.

Não era apenas no futebol que Polyana era agressiva. Durante a infância, ela se envolveu em brigas com amigos e com os irmãos. Após conhecer as artes marciais, no entanto, ela conta que aprendeu a controlar a agressividade.

— Eu brigava muito. Brigava na escola, na quadra. Batia nos meus irmãos mais velhos. Minha mãe, em vez de me passar a mão na cabeça por ser a caçula, me batia porque eu batia nos meus irmãos. Depois de começar a treinar, nunca mais briguei na rua, a não ser para me defender, como aconteceu agora — diz ela.

Polyana trabalhava como frentista, em sua cidade natal, quando decidiu se mudar para o Rio para viver da luta, há pouco mais de um ano.

— Eu pensava muito no perigo do Rio, mas quando cheguei não vi tanto perigo. Eu andava na rua normalmente e não via perigo. Uma vez ou outra eu via alguém andando mais rápido com medo de ladrão, mas nada além disso — conta.

Writing Studio yana. Depois de imobilizar o suspeito e entregá-lo à polícia, a lutadora de MMA foi à delegacia prestar depoimento.

— Toda a ação dela foi no sentido de conter aquela injusta agressão. Ela usou dos meios moderados de forma proporcional àquela agressão iminente que seria o uso de arma de fogo para subtrair o celular dela, então ela não responde por crime — explica.

ORIENTAÇÃO É NÃO REAGIR

O delegado Gustavo Rodrigues explica que a orientação da polícia para a população é de não reagir a tentativas de assalto.

— Até as pessoas que são preparadas a reagir, como policiais e lutadores, devem medir os riscos à reação. Sobretudo a população comum. Não é a orientação da Polícia Civil que essas pessoas reajam a um assalto, que coloquem sua vida em risco para defender um bem material — diz.

O ex-chefe de Polícia Civil do Rio Fernando Veloso, explica que em situações como a que foi enfrentada por Polyana, há muitas variáveis que podem contribuir para que o desfecho de uma reação não seja favorável à vítima.

— Em casos como esse, a regra geral é não reagir, porque a possibilidade de você conseguir neutralizar na íntegra toda a ação do criminoso é muito pequena. Primeiro, porque seu ânimo está alterado e você dificilmente conseguirá manter o autocontrole e equilíbrio para fazer um discernimento a respeito do criminoso e a leitura do cenário no entorno. Segundo, porque em grande parte das vezes os criminosos podem parecer ter uma compleição física menor, mas estarem acompanhados de uma segunda pessoa para dar apoio. Muitas variáveis podem contribuir para um desfecho negativo para a vítima que pode, em vez de perder um patrimônio, sair ferida ou perder a própria vida — diz Veloso.

No caso de Polyana, o especialista analisa que houve uma combinação de fatores que explicam o sucesso da reação.

— Ela teve uma reação consciente, não foi uma reação por impulso. Segundo o que ela relatou na própria polícia, ela percebeu que ele estava simulando uma arma e não tinha ninguém próximo que pudesse ser comparsa. Ela conseguiu fazer essa leitura sem entrar em pânico, mantendo equilíbrio, e como dispõe de uma capacitação específica na questão da defesa pessoal empregou a técnica que conhece, imobilizando o sujeito. Foi um desfecho favorável graças à combinação de todos esses fatores — diz.

Ainda de acordo com Veloso, é importante diferenciar os tipos de abordagens quando se fala em possibilidade de reação. Quando se fala em casos de roubo, por exemplo, a regra é não reagir, mas a orientação pode mudar em casos de violência contra a mulher, por exemplo.

— Há dois grandes grupos. Um é o de roubo, outro é o caso de violência contra mulheres. Algumas coisas não se aplicam a uma outra recomendação que seria para esses casos específicos. De um modo geral, pode-se dizer que a reação, se ocorrer, deve ocorrer de forma consciente — diz.

Fonte: Extra Globo Writing Studio

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