Blog do Adilson Ribeiro

Quarta-Feira – 23:49 – Rio tem 1.844 leitos bloqueados na Rede SUS. Veja Abaixo:

Falta de profissionais é o maior entrave para ativação dos leitos, que supririam atual demanda de 420 pacientes na fila de internação por covid-19

Ao mesmo tempo em que chega ao limite a capacidade de internação Writing Studio de leitos de enfermaria é de 87%. Na rede municipal, há 288 leitos de UTI, 280 deles ocupados.

Subcoordenadora de Saúde e Tutela Coletiva da Defensoria Pública do Estado do Rio, Alessandra Nascimento afirma que, caso não houvesse o bloqueio de 1.844 leitos na Rede SUS, não haveria fila de espera. Ela conta que tem visitado unidades de saúde programadas pela prefeitura e pelo governo do estado para a abertura de novos leitos nas próximas semanas, mas afirma que o ritmo de ativação de espaços para internação ainda está longe do ideal.

“Provavelmente, voltaremos a ter um grande número de pessoas morrendo de covid-19 em casa, pois o prazo que a prefeitura e o estado dão para a abertura de leitos é insuficiente. Por isso, é importante que as pessoas mantenham o isolamento social e usem máscaras e demais métodos de prevenção, para dar tempo de a rede se preparar, o que não está acontecendo na velocidade desejada”, diz Alessandra, que aponta a falta de profissionais como o maior gargalo para a abertura dos leitos hoje bloqueados:

“Em nossas visitas recentes às unidades com leitos bloqueados ouvimos dos gestores que o que impede a abertura de leitos é a contratação de pessoal, pois há medicamentos, espaços físicos e equipamentos. Para se ativar leitos de UTI, por exemplo, é preciso ter equipes completas multidisciplinares para atuação de segunda a segunda: médicos intensivistas, fisioterapeutas, anestesistas, enfermeiros…”

CREMERJ: “HOUVE ERRO ESTRATÉGICO”

Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio (Cremerj), Walter Palis, o alto número de leitos bloqueados evidencia um erro estratégico dos poderes públicos no combate à pandemia, que optaram pela construção de hospitais de campanha em detrimento da preparação dos leitos bloqueados na rede.

“Acredito que a opção pelos hospitais de campanha tenha sido feita pela velocidade na abertura desse tipo de unidade, mas sabíamos que ela não deixaria legado, ao contrário da preparação dos leitos bloqueados, que já são um problema antigo na rede. Ainda assim, dos sete hospitais de campanha preparados pelo estado, só tivemos um e meio em funcionamento: o do Maracanã e o de São Gonçalo, que funcionou de forma parcial. Hoje, vemos que foi uma estratégia desastrosa, pois continuamos com grande quantidade de leitos bloqueados, que estão fazendo falta neste momento”, diz Palis.

Segundo ele, os leitos que não são de covid-19, e constituem a maior parte dos leitos impedidos, poderiam ser adaptados para o enfrentamento da pandemia: “Nesses nove, 10 meses de pandemia, haveria tempo suficiente para a adaptação de um número de leitos que poderiam estar ativos hoje, zerando a fila de espera”.

 

 

Fonte: O Dia

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