Blog do Adilson Ribeiro

Sexta-Feira – 17:25 – Covid — “Lockdown em Campos tinha que ser decretado agora”. Veja Abaixo:

Aglomeração no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, na manhã de hoje, cujos reflexos na explosão de casos de Covid aparecerão daqui a 15 dias, em uma cidade cujo sistema de saúde já começa a dar sinais de colapso pela pandemia

“O lockdown em Campos (por conta do agravamento da pandemia da Covid) tinha que ser decretado agora. E sem besteiras como lockdown parcial. Até semanticamente, lockdown (“confinamento”) parcial não cabe. Lockdown, ele existe ou não. Eu penso que o prefeito Rafael Diniz (Cidadania) deveria ter a determinação de implementar essa medida radical agora. Porque nós estamos em Campos com uma situação que nós não tivemos em abril, maio, junho: pessoas sentadas em poltronas, com falta de ar, esperando vaga. Só ontem (17), na rede privada e pública, foram em torno de 14 pacientes de Covid esperando vaga. Então está se tentando, inclusive para se atender a demanda judicial (confira aqui), a abertura de mais 20 ou 30 leitos. Já foram feitos contratos para o município receber monitores ou respiradores e já tem dois, talvez três hospitais, que possam disponibilizar esses 30 leitos. Até fevereiro, nós vamos ter tempos duros e difíceis, como o Rodrigo Carneiro mencionou”. Foi o que afirmou ao blog o médico Geraldo Venâncio, secretário de Saúde confirmado pelo governo eleito Wladimir Garotinho (PSD). Geraldo comentou o alerta feito ontem no programa Folha no Ar, da Folha FM 98,3, o médico infectologista Rodrigo Carneiro:

Médicos Geraldo Venâncio, Rodrigo Carneiro, Nélio Artiles, Cléber Glória e Paulo Hirano cobram o isolamento social em Campos

— Janeiro será o pior mês da pandemia em Campos e no país. A gente vai ter o Natal, o Réveillon, as festas de final de ano. Se não houver o distanciamento, a tendência é que essa aceleração de casos se mantenha por mais um mês, 40 dias. Provavelmente vai ser pior do que foi no meio deste ano. Voltamos a ter 900 mortes por dia de Covid no país. Em Campos, estão morrendo três, quatro pessoas todo dia, há vários dias. Os números estão aí para quem quiser ver. Essa medida, por exemplo, da Prefeitura, de abrir as lojas abertas 24 horas  para tentar diluir o movimento, a gente sabe o que vai acontecer. O pessoal não vai querer ir para a loja de noite, de madrugada; as pessoas vão se aglomerar no horário comercial. E a gente teve o exemplo claro nas eleições. A gente corre o risco de ter uma nova exposição em massa de pessoas e, com isso, teremos o retardamento da queda do número de casos. E aí, milhares e milhares de vidas humanas serão perdidas — alertou ontem Rodrigo, na rádio mais ouvida de Campos. Hoje, 24 horas depois, a aglomeração intensa de pessoas no Boulevard, para as compras de Natal, foi registrada pela reportagem da Folha da Manhã. E tem se repetido diariamente.

O alerta do médico infectologista no Folha no Ar não contou só com o endosso do secretário municipal de Saúde que assume em 1º de janeiro. Vários colegas de ambos na área médica de Campos também são da mesma opinião:

— Concordo com Rodrigo que em duas semanas não haverá mudanças no comportamento e conduta das pessoas, não só em Campos, mas em todo país. As taxas estão em crescente e a tendência é de crescimento, sim, principalmente considerando as perspectivas de aglomerações de fim do ano. Sinto falta neste momento de maiores ações da gestão pública tanto nas ações de restrições, como campanhas de prevenção. Sendo assim, cabe a nós profissionais de saúde e da imprensa tentar uma maior conscientização da população — convocou Nélio Artiles, também médico infectologista.

— Estamos dentro de um ônibus correndo contra uma parede de concreto. E o nosso último motorista simplesmente pulou do ônibus. Estamos exaustos, estou sendo bem sincero. A situação da saúde do município, pública ou privada, está no limite. O nível de esgotamento está elevadíssimo. A população não coopera, mas cobra tudo de todos os profissionais de saúde de uma forma desmedida. As instituições realmente estão no limite. Tenho conversando com outros diretores de hospitais e todos estão sendo unânimes: não sei por quanto tempo vamos aguentar tudo isso. Irresponsabilidade de governantes, preços abusivos de medicação, insensibilidade da população. Até quando? — questionou Cléber Glória, diretor-clínico da Santa Casa de Misericórdia de Campos.

— Eu assino embaixo de tudo que o Rodrigo falou na entrevista à Folha. A previsão é realmente de termos um aumento expressivo no número de casos de Covid no início do ano, por contas das festas de Natal e Réveillon. Se hoje as pessoas já estão como estão, sem respeitar o distanciamento social, não usando máscara, o pior é que essas coisas agora vão acontecer dentro das famílias. Nas reuniões familiares, se tiver um, será todo mundo contaminado. Então, a previsão é de uma explosão de casos em janeiro no país inteiro, e aqui, em Campos, não vai ser diferente. A gente está sempre um pouco atrás do que acontece lá fora, com a Europa fechando tudo por conta da contaminação em massa. E, aqui, a gente vai chegar nisso. A única saída é a vacina. Eu só acho que deveria ter uma comunicação mais forte, incisiva, em relação à conscientização da população dessa responsabilidade consigo mesma e com o próximo. É simples, são três coisas: ter o distanciamento social, usar as máscaras e higienizar as mãos. É isso que as pessoas têm que fazer até chegar a vacina. E mesmo depois que começar a vacinação, vamos ter que continuar durante um bom período com o distanciamento. Isso é inevitável — decretou o médico Paulo Hirano, subsecretário de Saúde do governo eleito de Campos.

 

CONTRADITÓRIO

Médica infectologista e chefe em Vigilância em Saúde do governo Rafael, Andreya Moreira ontem respondeu à cobrança do colega Rodrigo Carneiro. Que cobrou a adoção imediata do lockdown em Campos para tentar conter o avanço da pandemia em uma cidade cujo sistema de saúde começa a colapsar:

Andreya Moreira, chefe da Vigilância em Saúde do governo Rafael

 

— Ninguém lavou as mãos. Temos um trabalho muito sério. Todos os epidemiologistas e infectologistas estão tendo a mesma visão em relação às festas do fim de ano. O cenário é drástico. Medidas restritivas estão sendo feitas, ampliação do comércio para evitar aglomeração é importante nesta época do ano. E sabemos que medidas extremas de fechamento g Writing Studio eleito Wladimir Garotinho (PSD). Geraldo comentou o alerta feito ontem no programa Folha no Ar, da Folha FM 98,3, o médico infectologista Rodrigo Carneiro:

Médicos Geraldo Venâncio, Rodrigo Carneiro, Nélio Artiles, Cléber Glória e Paulo Hirano cobram o isolamento social em Campos

— Janeiro será o pior mês da pandemia em Campos e no país. A gente vai ter o Natal, o Réveillon, as festas de final de ano. Se não houver o distanciamento, a tendência é que essa aceleração de casos se mantenha por mais um mês, 40 dias. Provavelmente vai ser pior do que foi no meio deste ano. Voltamos a ter 900 mortes por dia de Covid no país. Em Campos, estão morrendo três, quatro pessoas todo dia, há vários dias. Os números estão aí para quem quiser ver. Essa medida, por exemplo, da Prefeitura, de abrir as lojas abertas 24 horas  para tentar diluir o movimento, a gente sabe o que vai acontecer. O pessoal não vai querer ir para a loja de noite, de madrugada; as pessoas vão se aglomerar no horário comercial. E a gente teve o exemplo claro nas eleições. A gente corre o risco de ter uma nova exposição em massa de pessoas e, com isso, teremos o retardamento da queda do número de casos. E aí, milhares e milhares de vidas humanas serão perdidas — alertou ontem Rodrigo, na rádio mais ouvida de Campos. Hoje, 24 horas depois, a aglomeração intensa de pessoas no Boulevard, para as compras de Natal, foi registrada pela reportagem da Folha da Manhã. E tem se repetido diariamente.

O alerta do médico infectologista no Folha no Ar não contou só com o endosso do secretário municipal de Saúde que assume em 1º de janeiro. Vários colegas de ambos na área médica de Campos também são da mesma opinião:

— Concordo com Rodrigo que em duas semanas não haverá mudanças no comportamento e conduta das pessoas, não só em Campos, mas em todo país. As taxas estão em crescente e a tendência é de crescimento, sim, principalmente considerando as perspectivas de aglomerações de fim do ano. Sinto falta neste momento de maiores ações da gestão pública tanto nas ações de restrições, como campanhas de prevenção. Sendo assim, cabe a nós profissionais de saúde e da imprensa tentar uma maior conscientização da população — convocou Nélio Artiles, também médico infectologista.

— Estamos dentro de um ônibus correndo contra uma parede de concreto. E o nosso último motorista simplesmente pulou do ônibus. Estamos exaustos, estou sendo bem sincero. A situação da saúde do município, pública ou privada, está no limite. O nível de esgotamento está elevadíssimo. A população não coopera, mas cobra tudo de todos os profissionais de saúde de uma forma desmedida. As instituições realmente estão no limite. Tenho conversando com outros diretores de hospitais e todos estão sendo unânimes: não sei por quanto tempo vamos aguentar tudo isso. Irresponsabilidade de governantes, preços abusivos de medicação, insensibilidade da população. Até quando? — questionou Cléber Glória, diretor-clínico da Santa Casa de Misericórdia de Campos.

— Eu assino embaixo de tudo que o Rodrigo falou na entrevista à Folha. A previsão é realmente de termos um aumento expressivo no número de casos de Covid no início do ano, por contas das festas de Natal e Réveillon. Se hoje as pessoas já estão como estão, sem respeitar o distanciamento social, não usando máscara, o pior é que essas coisas agora vão acontecer dentro das famílias. Nas reuniões familiares, se tiver um, será todo mundo contaminado. Então, a previsão é de uma explosão de casos em janeiro no país inteiro, e aqui, em Campos, não vai ser diferente. A gente está sempre um pouco atrás do que acontece lá fora, com a Europa fechando tudo por conta da contaminação em massa. E, aqui, a gente vai chegar nisso. A única saída é a vacina. Eu só acho que deveria ter uma comunicação mais forte, incisiva, em relação à conscientização da população dessa responsabilidade consigo mesma e com o próximo. É simples, são três coisas: ter o distanciamento social, usar as máscaras e higienizar as mãos. É isso que as pessoas têm que fazer até chegar a vacina. E mesmo depois que começar a vacinação, vamos ter que continuar durante um bom período com o distanciamento. Isso é inevitável — decretou o médico Paulo Hirano, subsecretário de Saúde do governo eleito de Campos.

 

CONTRADITÓRIO

Médica infectologista e chefe em Vigilância em Saúde do governo Rafael, Andreya Moreira ontem respondeu à cobrança do colega Rodrigo Carneiro. Que cobrou a adoção imediata do lockdown em Campos para tentar conter o avanço da pandemia em uma cidade cujo sistema de saúde começa a colapsar:

Andreya Moreira, chefe da Vigilância em Saúde do governo Rafael

 

— Ninguém lavou as mãos. Temos um trabalho muito sério. Todos os epidemiologistas e infectologistas estão tendo a mesma visão em relação às festas do fim de ano. O cenário é drástico. Medidas restritivas estão sendo feitas, ampliação do comércio para evitar aglomeração é importante nesta época do ano. E sabemos que medidas extremas de fechamento geram graves consequências. Precisamos da conscientização da população, que está sendo bem difícil, com ou sem lockdown. A decisão não foi política. Estamos orientando sobre a necessidade de distanciamento nas reuniões de Natal e Ano Novo para diminuir a circulação viral. A Fiocruz lançou um material sobre isso, que estamos utilizando para orientação. E a questão da vacinação não tem segredo. Temos um dos melhores programas de imunização do mundo, com uma boa estratégia, equipe capacitada e locais apropriados. É só a vacina chegar. Nosso ritmo tem sido muito intenso. Precisamos conviver com o vírus. Trabalho com o Rodrigo Carneiro. Concordo que não é um problema que acabará com a chegada da vacina. Levará um tempo para imunizarmos todos os grupos — disse Andreya.

 

 

Fonte: Folha1

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