Blog do Adilson Ribeiro

Quarta-Feira – 23:52 – Dom Eusébio Scheid, arcebispo emérito do Rio, morre após contrair Covid-19. Veja Abaixo:

RIO — Morreu, na tarde desta quarta-feira, aos 88 anos, o cardeal Eusébio Oscar Scheid, arcebispo emérito do Rio de Janeiro. O religioso já se encontrava com um quadro delicado de saúde, situação que se agravou depois que, há cerca de uma semana, ele testou positivo para a Covid-19. Segundo o Hospital São Francisco de Jacareí, em São José dos Campos (SP), onde o cardeal estava internado, a causa da morte foi uma insuficiência respiratória aguda em decorrência do coronavírus.

O sepultamento acontecerá ainda nesta quarta, na cripta da Catedral São Dimas, também em São José dos Campos, atendendo a um pedido do próprio cardeal, que foi bispo pela primeira vez na mesma igreja. Por conta da pandemia, não haverá velório.

“O arcebispo emérito do Rio de Janeiro, cardeal Eusébio Oscar Scheid, entregou serenamente sua alma a Deus, no inicio da tarde desta quarta-feira, 13 de janeiro, após longo período de enfermidade, em São José dos Campos (SP), onde residia”, informou a Arquidiocese do Rio.

À frente da Arquidiocese do Rio, de 2001 a 2009, o cardeal teve como uma das marcas uma estratégia pastoral em torno do acolhimento, tema de um dos seus muitos livros.

— Ele era um homem franco e direto, e isso às vezes até assustava um pouco algumas pessoas. Mas, acima de tudo, era um homem muito bom, com um carinho enorme pelos mais pobres e pelos mais humildes. A preocupação principal era, sem dúvida, a acolhida — diz o padre Jorjão, responsável pela Paróquia de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, e com 29 anos de experiência de sacerdócio no Rio.

Missas e homenagens

Arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta vai celebrar, também nesta quarta-feira, uma missa pela alma do cardeal na Capela São Sebastião, em Inhoaiba, na Zona Oeste do Rio. No próximo sábado, às 9h, a Catedral do Rio será palco de outra missa com os padres e fiéis da Arquidiocese. Já no dia 19 de janeiro, às 18h10, a missa de sétimo dia vai acontecer na Igreja da Candelária.

Governador em exercício do Rio e cantor católico, Cláudio Castro lamentou o falecimento do cardeal em uma rede social: “Dom Eusébio trilhou um caminho importante para a história da Igreja, sendo um grande pastor na Arquidiocese do Rio. Sua missão foi marcada pela formação do clero e evangelização, alcançando assim muitos corações”.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, também prestou uma homenagem ao cardeal e publicou no Instagram uma foto ao lado dele. Na legenda, Paes escreveu: “Com tristeza venho me unir àqueles que homenageiam o Cardeal Emérito do Rio, Dom Eusébio Scheid, que infelizmente faleceu hoje”.

Apaixonado pelas artes

Em julho do ano passado, uma missa na residência do cardeal lembrou os 60 anos de vida sacerdotal de dom Eusébio. A cerimônia enxuta contou com a presença do próprio religioso, das três freiras que viviam na casa e de um conhecido de longa data: padre Omar, escolhido por ele, então Arcebispo do Rio, como reitor do Santuário do Cristo Redentor.

— Estava indo para São Paulo de carro e decidi parar em São José para fazer uma visita, sequer sabia da importância da data. Acabei celebrando a missa com ele sentado ao meu lado, participando em alguns momentos. Foi uma cerimônia muito emocionante — conta Omar.

Ordenado por dom Eusébio em 2004, o padre recebeu do cardeal um empurrãozinho que determinaria sua trajetória no catolicismo. Apaixonado pelo universo das artes e estudioso do violino, o religioso pagou os estudos de música do jovem padre, então com apenas 23 anos.

— Ele percebeu minha aptidão e investiu muito em mim. Disse que eu seria importante para a Igreja como cantor — lembra o padre.

“Deus é bom”

Nascido em Luzema, Santa Catarina, dom Eusébio Sheid estudou filosofia e teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, durante as décadas de 50 e 60. Ordenado presbítero em 3 de julho de 1960, ele continuou com os estudos de pós-graduação e concluiu mestrado e doutorado em Cristologia.

Ao retornar ao Brasil, Sheid tornou-se prefessor em instituiçoes católicas no Recife, em Pernambuco, e no Instituto Teológico de Taubaté, em São Paulo, onde ministrava aulas de Teologia Dogmática e Liturgia. Também chegou a lecionar Cultura Religiosa na Pontíficia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.

Eusébio Sheid foi eleito bispo de São José dos Campos em fevereiro de 1981, pelo Papa João Paulo II, quando adotou o lema “Deus é bom”. Dez anos mais tarde, foi transferido para a Arquidiocese de Florianópolis, em seu estado natal, onde permaneceu por mais uma década, até assumir a Arquidiocese do Rio em julho de 2001, sucedendo o Cardeal Eugenio de Araujo Sales, que havia ocupado o posto por 30 anos. A cerimônia de posse de dom Eusébio reuniu 15 mil pessoas na Cardeal Metropolitana, no Centro do Rio.

“Lula é caótico”

Em 2003, durante o papado de João Paulo II, dom Eusébio tornou-se cardeal. Dois anos depois, participou do conclave que escolheu Bento XVI como Papa. Na ocasião, envolveu-se em u Writing Studio o lado dele. Na legenda, Paes escreveu: “Com tristeza venho me unir àqueles que homenageiam o Cardeal Emérito do Rio, Dom Eusébio Scheid, que infelizmente faleceu hoje”.

Apaixonado pelas artes

Em julho do ano passado, uma missa na residência do cardeal lembrou os 60 anos de vida sacerdotal de dom Eusébio. A cerimônia enxuta contou com a presença do próprio religioso, das três freiras que viviam na casa e de um conhecido de longa data: padre Omar, escolhido por ele, então Arcebispo do Rio, como reitor do Santuário do Cristo Redentor.

— Estava indo para São Paulo de carro e decidi parar em São José para fazer uma visita, sequer sabia da importância da data. Acabei celebrando a missa com ele sentado ao meu lado, participando em alguns momentos. Foi uma cerimônia muito emocionante — conta Omar.

Ordenado por dom Eusébio em 2004, o padre recebeu do cardeal um empurrãozinho que determinaria sua trajetória no catolicismo. Apaixonado pelo universo das artes e estudioso do violino, o religioso pagou os estudos de música do jovem padre, então com apenas 23 anos.

— Ele percebeu minha aptidão e investiu muito em mim. Disse que eu seria importante para a Igreja como cantor — lembra o padre.

“Deus é bom”

Nascido em Luzema, Santa Catarina, dom Eusébio Sheid estudou filosofia e teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, durante as décadas de 50 e 60. Ordenado presbítero em 3 de julho de 1960, ele continuou com os estudos de pós-graduação e concluiu mestrado e doutorado em Cristologia.

Ao retornar ao Brasil, Sheid tornou-se prefessor em instituiçoes católicas no Recife, em Pernambuco, e no Instituto Teológico de Taubaté, em São Paulo, onde ministrava aulas de Teologia Dogmática e Liturgia. Também chegou a lecionar Cultura Religiosa na Pontíficia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.

Eusébio Sheid foi eleito bispo de São José dos Campos em fevereiro de 1981, pelo Papa João Paulo II, quando adotou o lema “Deus é bom”. Dez anos mais tarde, foi transferido para a Arquidiocese de Florianópolis, em seu estado natal, onde permaneceu por mais uma década, até assumir a Arquidiocese do Rio em julho de 2001, sucedendo o Cardeal Eugenio de Araujo Sales, que havia ocupado o posto por 30 anos. A cerimônia de posse de dom Eusébio reuniu 15 mil pessoas na Cardeal Metropolitana, no Centro do Rio.

“Lula é caótico”

Em 2003, durante o papado de João Paulo II, dom Eusébio tornou-se cardeal. Dois anos depois, participou do conclave que escolheu Bento XVI como Papa. Na ocasião, envolveu-se em uma polêmica com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia organizado uma comitiva para participar das celebrações após a morte de João Paulo e passou a externar, em declarações à imprensa, o desejo de que o novo pontífice fosse brasileiro.

Ao desembarcar em Roma, dom Eusébio acusou Lula de querer explorar politicamente o episódio e afirmou que o presidente “não era católico, era caótico”, em uma frase que repercutiu no Brasil. “Ele e o Espírito Santo não se entendem bem”, acrescentou à época o líder religioso. Nem Lula nem o Palácio do Planalto responderam às críticas.

Dom Eusébio também manifestou opiniões políticas em outras ocasiões. Em entrevista de 2001, defendeu que “muito do que se conseguiu em reforma agrária no Brasil, que não é tanto assim, se deve bastante ao MST”. No mesmo depoimento, porém, o religioso ponderou que a Igreja não estava de acordo com parte das estratégias adotadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra. Já em 2005, o cardeal criticou publicamente uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizava o aborto para casos de fetos com anencefalia.

Em 2009, após completar 75 anos, dom Eusébio Sheid deixou de estar à frente da Arquidiocese do Rio, como prevê o Código de Direito Canónico. Ele foi substituído por Dom Orani João Tempesta, que permanece no posto até hoje, e ganhou o título de arcebisto emérito do Rio.

Como escritor, dom Eusébio Sheid publicou livros como: “Tese de láurea sobre a Cristologia de Ubertino da Casale em seu contexto histórico”; “Preparação para o casamento e para a vida familiar”; Introdução à pastoral familiar; e “Ministério do Acolhimento”.

 

 

 

Fonte: Extra

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