Em meio ao processo contra MC Cabelinho e MC Maneirinho, o traficante conhecido como Choque fez um acordo extrajudicial com Filipe Ret, que também é o responsável pela música “7 meiota”, de 2022, já que os artistas usaram uma gravação da voz dele sem consultá-lo. Com o acordo, o traficante, preso desde 2008, passou a ganhar 5% dos fonogramas da música. Mas Choque decidiu não ficar com o dinheiro.
Logo que fechou o acordo com o rapper, em abril deste ano, Choque decidiu doar todo o valor recebido, e assim irá manter, conforme acordo assinado e petição anexada ao processo, para o tratamento de uma criança de sete anos que tem uma doença rara, chamada hipopituitarismo, que afeta o crescimento. A gestão do dinheiro fica com a mãe dela. Até o momento, foram pagos R$ 52.400 por Filipe Ret, que é o valor retroativo dos 5% obtidos com o fonograma.
O EXTRA procurou o cantor, que avisou que não se manifestaria sobre o caso. A gravadora responsável pela música, a Som Livre, também citada no processo, informou o mesmo. Os advogados de Choque disseram que, como não conseguiram contato com Cabelinho e Maneirinho, levaram o caso à Justiça. Também procurados pela reportagem, Maneirinho e Cabelinho não responderam aos contatos.
Agora, o caso está na 1ª Vara Cível da Regional de Bangu. Choque — que era tido como o traficante mais procurado do Rio quando foi preso, aos 34 anos — quer R$ 500 mil de Cabelinho, Maneirinho e Ret por danos morais, além de parte dos lucros da música e a inclusão de seu nome nos direitos autorais de “7 meiota”.
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Quem é o traficante Choque
Alexander de Jesus Carlos, conhecido como Choque, foi preso em outubro de 2008. Ele, que assumiu o tráfico em Manguinhos em 2003, foi apontado pela investigação policial como o “braço armado” da principal facção criminosa do Rio de Janeiro. Ele também foi flagrado em escutas telefônicas comandando um assassinato de um vendedor de drogas, e mandando torturar um ladrão na favela.
Choque já tinha sido preso em 1999, por venda de Loló. Depois, foi preso em 2005, já confirmando à Polícia que era traficante. Na época, pesava também contra ele a investigação da morte de duas adolescentes em Manguinhos, em 2004. Segundo o inquérito, elas foram mortas, mutiladas e queimadas. Choque ficou preso de janeiro a novembro, de 2005, quando foi solto por excesso de prazo.
Fonte: Extra