Uma semana após a explosão de uma lancha que deixou dez feridos e dois mortos, um reencontro aconteceu nesta segunda-feira (24). Nayara Taislane Andrade, de 22 anos, reencontrou o filho Jean Andrade, de um 1 ano e 5 meses.
Os dois estão internados no Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. De acordo com a Secretária Estadual de Saúde (SES-RJ), o quadro de saúde das vítimas é estável, mas ainda não há previsão de alta.
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“É muito bom ver que meu filho tá bem, se recuperando. Todo mundo tá cuidando muito bem dele. Ele deu tchau pra mim. Está melhorando muito, graças a Deus. Por um momento, achei que nunca mais ir ver meu filho”, diss Nayara durante o encontro.
Mãe e filho foram vítimas da explosão de uma lancha, na segunda-feira (17), em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio. Ao lado de amigos, eles tinha alugado a embarcação para fazer um passeio até Arraial do Cabo.
Dez pessoas ficaram feridas nesse acidente, sendo que quatro continuam internadas e duas pessoas morreram. Davi Freires Zerbone, de 4 anos, morreu na sexta (21). O menino teve 100% do rosto queimado e chegou a ser entubado. A mãe do Davi está grávida de três meses e foi transferida para um hospital no Espírito Santo.
Na madrugada de domingo (23), Aleksandro Leão Vieira, de 36 anos, morreu. De acordo com familiares, Aleksandro teve 75% do corpo queimado e o estado de saúde dele era considerado grave desde o dia do acidente.
Aleksandro é pai de Ana Lívia Pimentel, de 5 anos, e marido de Caroline Pimentel, de 28 anos, que continuam internadas. Elas estão no hospital de São Gonçalo e o estado de saúde delas é estável.
De acordo com familiares de Aleksandro, quando a embarcação explodiu, ele foi arremessado para fora da lancha. Mas voltou para pegar as crianças.
O acidente foi na tarde de segunda-feira (17) na Ilha do Japonês, em Cabo Frio. Havia 11 pessoas na embarcação – sendo o piloto e 10 passageiros – e, de acordo com um dos passageiros, o acidente foi minutos após a lancha parar para abastecer.
Questionada sobre o acidente, a Marinha do Brasil informou que a Delegacia da Capitania dos Portos em Cabo Frio (DelCFrio) instaurou inquéritos administrativos, cujo prazo de conclusão é de 90 dias, com o propósito de apurar causas, circunstâncias e possíveis responsabilidades do acidente.
Explosão de lanchas
Esse foi o terceiro acidente envolvendo lanchas em Cabo Frio em 37 dias. No dia 10 de maio, uma lancha explodiu e deixou seis pessoas feridas.
Na lancha estavam o condutor da embarcação, de 30 anos; e um casal, de 29 e 34 anos, com os três filhos: dois meninos, de 4 e 8 anos; e uma menina, de 9 anos de idade. A família é da cidade de Itaguara, no estado de Minas Gerais, e não de Montes Claros, como informado inicialmente.
Há um mês, no dia 17 de maio, uma lancha pegou fogo próximo à Ilha do Papagaio. As cinco pessoas que estavam na embarcação, todas adultas, se jogaram no mar para escapar do fogo. O acidente ocorreu volta das 16h50.
Leia a nota da Marinha na íntegra:
A Marinha do Brasil (MB), por intermédio do Comando do 1º Distrito Naval (Com1°DN), informa que a Delegacia da Capitania dos Portos em Cabo Frio (DelCFrio) instaurou Inquéritos Administrativos sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN), cujo prazo de conclusão é de 90 dias, com o propósito de apurar causas, circunstâncias e possíveis responsabilidades, sobre os últimos acidentes com as embarcações “A MAR I”, “BRADOCK” e “EYE SEA”, ocorridos em Cabo Frio – RJ. Os IAFN encontram-se em sua fase de instrução, a qual abrange todos os esforços para a elucidação destes acidentes.
Pontua-se que Ações de Fiscalização do Tráfego Aquaviário (AFTA) são realizadas nas Marinas e Iates Clubes, procedendo uma verificação documental e de equipamentos previstos nas Normas da Autoridade Marítima. Não obstante, as AFTA também são conduzidas no mar, efetuando-se inspeção na documentação do condutor, da embarcação e nos itens de segurança obrigatórios. Em 2024, foram realizadas mais de 5.840 inspeções, 314 notificações, além de 22 apreensões.
Insta salientar, por oportuno, que a DelCFrio realiza palestras para a Comunidade Marítima, ocasião quando é possível reforçar não somente as principais recomendações e precauções de segurança, previstas nos anexos 4B e 5F da NORMAM-211/DPC, mas também contribuir para a redução de falhas de procedimentos.
Cabe ressaltar que a Marinha incentiva e considera importante a participação da sociedade, que pode ser feita pelos telefones 185 (número para emergências marítimas e fluviais, além de pedidos de auxílio), (21) 2104-6119 e (21) 97515-7895 (diretamente com o Com1ºDN, para outros assuntos, inclusive denúncias).
Fonte: G1