Um novo equipamento de uso doméstico que realiza tanto o exame de eletrocardiograma (ECG) quanto a medida de pressão arterial foi lançado no Brasil.
O dispositivo, que está disponível para venda em farmácias, foi desenvolvido após uma mudança na diretriz da Sociedade Europeia de Cardiologia, que passou a recomendar a realização diária do ECG por grupos de risco.
Para especialistas, a tecnologia pode facilitar a detecção e prevenção dos problemas do coração. Mas eles alertam para a importância do uso consciente.
Segundo Audes Feitosa, presidente do departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o novo produto, desenvolvido pela empresa japonesa Omron Healthcare, se soma a diversos outros dispositivos que permitem a realização do ECG em casa, como os relógios inteligentes.
O diferencial do aparelho japonês é que ele realiza o ECG e também a medida de pressão, algo que pode render uma assertividade maior na detecção das irregularidades cardiovasculares, como é o caso da fibrilação atrial.
Trata-se de um tipo comum de arritmia cardíaca, problema que leva à má circulação sanguínea. Esse quadro aumenta o risco de acidente vascular cerebral (AVC).
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“Quando há a possibilidade de analisar dados dos dois tipos de exame, dá para saber, por exemplo, se a arritmia tem repercussão na pressão arterial do paciente. Você quantifica ambas as informações de uma vez só”, explica Feitosa.
“Com alguns relógios, a gente consegue ter uma estimativa de pressão arterial baseada em algoritmos, mas, quando o aparelho de pressão faz também a parte do ECG, você consegue um dado mais assertivo.”
“Além da possibilidade de causar a morte, o AVC está ligado a diversas comorbidades. O paciente pode ter déficit cognitivo, paralisia, ficar acamado. Geralmente, são sequelas difíceis de tratar e que impactam muito na qualidade de vida. Quando falamos de um dispositivo que pode resultar numa maior assertividade e prevenir esse tipo de problema, não falamos só em redução do número de mortes”, opina Tan.
Na opinião de Tan Chen Wu, cardiologista da Divisão de Arritmias do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, o uso desse tipo de dispositivo pode ajudar a aumentar o número de pacientes em tratamento e a prevenir desfechos ruins, sobretudo o AVC – problema que resulta na morte de 307 pessoas por dia, segundo dados divulgados pelo Portal da Transparência do Registro Civil em 2022.
Exames Complementares
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o aparelho não vai aposentar o eletrocardiograma tradicional, mas ser uma ferramenta complementar.
“É muito bem-vindo um lançamento desse no Brasil, porque vamos ter mais registros cardiográficos e eles podem estar presentes em consultórios médicos, na atenção primária, nas farmácias ou na casa do paciente. Ele vem para somar e não vai substituir o eletrocardiograma, porque ele consegue olhar para 12 variações, pode verificar infarto e até alterações na estrutura do coração”, afirma Kunz.
Com informações das Agências.