Blog do Adilson Ribeiro

Sábado – 09:15 – Declarações de Bolsonaro causam confusão na sua própria equipe. Clique na imagem e saiba mais:

Em pouco mais de 12 horas, três declarações do presidente Jair Bolsonaro surpreenderam integrantes do próprio governo e provocaram reações de analistas do mercado.

A primeira declaração foi sobre a reforma da Previdência. Bolsonaro disse que vai propor idade mínima para aposentadoria, de 57 anos para mulheres e Writing Studio rograma seria o corte de benefícios ou aumento do IOF. Quando isso chegou para análise hoje pela manhã isso confrontava diretamente todo o compromisso que o governo assumiu ao longo da campanha eleitoral de redução da carga tributária. Então aí desde hoje de manhã cedinho nós estávamos dedicados a buscar uma outra solução que nós encontramos. Está resolvido. Ele se equivocou, ele assinou a continuidade do projeto da Sudam e da Sudene”.

O ministro reafirmou que não haverá aumento de impostos.

“Estava toda uma celeuma estabelecida no país que ia ter aumento de impostos, então, não dá para amanhã, a partir do dia de hoje, o cidadão brasileiro, ‘ah, votei no Bolsonaro e vai ter aumento de imposto’? Não vai ter aumento de imposto, estou afirmando aqui, não haverá aumento de impostos”, disse Onyx.

Outro assunto que surpreendeu a equipe econômica foi a reforma da previdência. Na entrevista da manhã desta sexta-feira, Bolsonaro disse que vai apresentar a proposta ainda em janeiro e falou em idade mínima para aposentadoria.

“A proposta sai este mês, vamos aproveitar que está na Câmara, a última proposta minha, vamos assim dizer, é aproveitar e ela está num espaço temporal, que termina em 2030. Então tudo aquilo que é para entrar em vigor até o final de 2022, essa é a última ideia, que eu quero ver se a gente consegue colocar em prática e apresentar – apresentar não – compor com o parlamento, já que a resposta está lá. Então seria, como está na proposta agora, o 62 indo para os homens, no final de 2022. E para mulheres de 55 para 57”, disse Bolsonaro.

O presidente não explicou se a idade mínima de 62 anos para homens e 57 anos para mulheres seria para funcionários públicos ou para trabalhadores da iniciativa privada ou para os dois. Os regimes de previdência são diferentes, separados, e ambos deficitários. Em 2019, o rombo dos dois regimes deve superar os R$ 300 bilhões.

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que, na verdade, nada está definido sobre a idade mínima, e que a intenção do presidente ao falar sobre o assunto foi apenas enfatizar que a transição do atual modelo para o futuro será suave.

“Quando o presidente fala em números – e falou no número de 57 e 62 – o que ele quis dizer? Ele quis dar uma tranquilidade para as pessoas, que não vai haver uma ruptura, vai ser feita uma transição lenta e gradual. Com que objetivo? Preservando os direitos das pessoas, tendo um olhar humano para a reforma da previdência e fazendo as coisas gradualmente. Isso que o presidente quis dizer”, disse Onyx.

O ministro da Casa Civil negou que haja divergências entre a equipe econômica e Bolsonaro.

“Não tem ruído algum, a equipe econômica chefiada pelo professor Paulo Guedes vem trabalhando desde que se iniciou o processo da transição para elaborar dois caminhos de proposta da reforma da Previdência dos quais o professor Paulo Guedes já falou à exaustão, que todos vocês já testemunharam – reconheço vários rostos que já ouviram ele falar isso. Primeiro, a atual Previdência brasileira é um navio com casco furado, é um barco, ou é um avião que tem uma pane que precisa consertar. E é isso uma parte do trabalho no sentido de como é que nós consertamos o nosso navio que está com casco furado”.

O discurso de Bolsonaro sugerindo que a reforma da Previdência poderia ser mais branda não pegou bem entre investidores porque não enfrentaria o principal problema do Brasil hoje: o rombo nas contas públicas. Analistas econômicos avaliam que versões confusas do texto devem persistir até o projeto ser enviado ao Congresso.

Outra afirmação do presidente, sobre a Embraer, também repercutiu. Ele reconheceu a necessidade do acordo da Embraer com a Boeing, mas com ressalva ao que está proposto.

“A Embraer, eu tenho acompanhado. Nós não podemos, lógico que nós precisamos, seria muito bom essa fusão, mas nós não podemos, como está na última proposta, não é? Daqui a cinco anos, tudo pode ser repassado para o outro lado. A preocupação nossa é essa, é um patrimônio nosso, sabemos da necessidade dessa fusão, até para que ela consiga competitividade e não venha se perder com o tempo”, afirmou Bolsonaro.

As ações da Embraer despencaram 5%.

Sobre as ações da Embraer, o ministro Lorenzoni divulgou uma nota logo após a entrevista. Disse que as ações voltaram ao mesmo patamar de cinco dias atrás; que a manifestação do presidente Bolsonaro foi legítima porque cabe a ele zelar pelos interesses estratégicos nacionais nas empresas onde há golden share.

O ministro da Casa Civil disse ainda que Bolsonaro é favorável ao negócio, mas que não pode haver esvaziamento da geração de tecnologia no Brasil.

Fonte: G1.

Writing Studio

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *