Blog do Adilson Ribeiro

Domingo 12:30 – Pacientes estão demandando uso medicinal da cannabis, dizem médicos. Veja abaixo:

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A demanda crescente é influenciada pelos avanços científicos

Pacientes com diversos diagnósticos que não estão obtendo avanços com tratamentos tradicionais se interessam, cada vez mais, pelo uso medicinal da maconha. Essa percepção é compartilhada por diversos médicos reunidos neste fim de semana, no Rio de Janeiro, para a segunda edição do Seminário Internacional “Cannabis Medicinal, um Olhar para o Futuro”.

Segundo eles, a demanda crescente é influenciada pelos avanços científicos, pela cobertura da mídia e pela possibilidade de liberação do cultivo para fins medicinais, tema de uma consulta pública aberta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Não há dúvidas de que a demanda continuará crescendo cada vez mais. Precisamos estar preparados para atendê-la”, disse o neurologista Eduardo Faveret, diretor do Centro de Epilepsia do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, unidade vinculada ao governo do Rio de Janeiro.

Essa conclusão é compartilhada pelo ortopedista Ricardo Ferreira, especialista no tratamento clínico e cirúrgico de dores crônicas e patologias da coluna vertebral. “Pacientes têm buscado a melhora de sua qualidade de vida e procuram médicos que possam prescrever. Tenho recebido cada vez mais pacientes que já chegam com histórico de dores refratárias à métodos tradicionais, que foram tratados por outros médicos sem sucesso”, disse.

Ricardo disse que passou a se interessar pelo uso medicinal da maconha quando estava buscando alternativas para casos em que os remédios disponíveis no mercado se mostravam ineficazes. “Fui vendo que haviam evidências cada vez mais fortes do potencial do uso da cannabis para tratamento das dores crônicas. Em países como a Holanda e o Canadá e em alguns estados do Estados Unidos, já haviam estudos com conclusões nessa direção”.

Desde 2015, a Anvisa autoriza a prescrição médica da cannabis. A dificuldade fica por conta da obtenção do produto. Com a comercialização proibida no Brasil, os medicamentos precisam ser importados. De posse da receita médica, o paciente precisa assinar um termo de responsabilidade e aguardar a autorização da Anvisa. A importação por empresas, para distribuição no Brasil, é vetada. A autorização é concedida de forma individual para cada paciente.

A exceção é o Mevatyl, também conhecido como Sativex, que foi aprovado pela Anvisa e chegou nas farmácias do país no ano passado. Ele tem sido indicado, por exemplo, para alguns pacientes com esclerose múltipla, doença na qual ocorre a inflamação e destruição da mielina, camada protetora das células nervosas.

Segundo a Writing Studio er definida na prescrição, considerando diversos fatores como o problema a ser tratado, a idade e a condição física do paciente

Pacientes e familiares de pacientes com os mais variados diagnósticos também participam do seminário. “Eles são muito ativos nos eventos científicos, formam associações, acolhem outros pacientes e seus familiares. É um processo em que há muita cidadania envolvida e muita consciência, disse Feveret.

Vendo desde 2013 a cannabis melhorar a qualidade de vida de sua filha com epilepsia, a advogada Margarete Brito é uma das principais mobilizadoras da sociedade civil do Rio de Janeiro em torno do assunto. Coordenadora da Apepi, que organiza o seminário junto com a Fiocruz, ela já ganhou prêmios internacionais e teve sua história relatada no Documentário “Ilegal – A vida não espera”.

“Hoje a possibilidade que tem para os pacientes é basicamente os importados, que acabam tendo alto custo. Um paciente gasta, no mínimo, R$ 1,5 mil por mês. Para conseguir fazer essa importação do remédio, além de ser caro, é muito demorado e burocrático. Mesmo seguindo todo o procedimento, às vezes ainda fica parado na alfândega. Enfim, é muito complicado. Esse é o motivo de estarmos nessa luta”, explicou.

Ela acredita que a realidade possa melhorar com uma regulamentação do cultivo para fins medicinais. Alguns pacientes conseguem aval da Justiça para plantar individualmente. Em 2017, a Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), entidade sediada em João Pessoa, obteve judicialmente o direito de produzir óleos a partir da maconha para tratamento de pacientes associados. É a única entidade no país hoje com autorização para o cultivo coletivo. Há duas semanas, a Apepi moveu uma ação com a expectativa de obter o mesmo direito da Abrace.

Ao mesmo tempo, uma consulta pública da Anvisa sobre o tema está aberta até o dia 19 de agosto e qualquer cidadão ou instituição pode opinar. “Esperamos que essa regulamentação atenda a real demanda dos pacientes. Que não fique apenas na produção empresarial, mas também dê acesso ao cultivo coletivo para que associações possam produzir a planta e seus extratos dentro de critérios de boas práticas tanto agrícolas, como farmacológicas”, disse o ortopedista Ricardo Ferreira.

Fonte: Notícias ao minuto Writing Studio

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