Blog do Adilson Ribeiro

Segunda-feira – 13:30 – Em crise, universidades cortam bolsas, transporte e até bandejão. Veja abaixo:

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O bloqueio de verbas nas universidades federais feito pelo MEC está fazendo instituições e alunos passarem por diversos problemas para terem acesso à educação

De falta de bandejão até viagens técnicas barradas. Os efeitos do bloqueio de verbas nas universidades federais, anunciado pelo Ministério da Educação (MEC), vêm sendo sentidos por aqueles que estão na ponta: os alunos. Em meio aos cortes, as instituições têm anunciado medidas de economia, enquanto que os estudantes, para contornar os problemas, apelam para marmitas, caronas, vaquinhas e até empréstimos, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.

Em abril, o MEC anunciou o bloqueio de verbas discricionárias das universidades. Esses recursos são usados, por exemplo, para o pagamento de terceirizados, contas de água e luz e obras. Universidades ouvidas pela reportagem relatam dificuldades para honrar os contratos de funcionários nas áreas de limpeza e segurança – e algumas preveem até a suspensão das atividades. Bolsas de intercâmbio, iniciação científica e estágio também estão ameaçadas.

Segundo especialistas, a falta de apoio a estudantes – principalmente em um contexto de inclusão de alunos mais pobres nas universidades – tem impacto no engajamento dos universitários nos estudos, reduz possibilidades de dedicação a atividades complementares e contri Writing Studio bolsa de permanência estudantil (não há aumento nesses benefícios, enquanto que o número de alunos de baixa renda só cresce), ele chegou a “escolher os dias para faltar” e a mãe fez até empréstimo para arcar com os gastos do aluno. Segundo a reitoria, não há previsão de redução na assistência estudantil, mas os valores “são insuficientes para atendimento da demanda”.

Uma série de “nãos” também está no planejamento da Universidade Federal do ABC (UFABC), que prevê a impossibilidade de manutenção e reformas de prédios e equipamentos. A construção de novos blocos em Santo André, na Grande São Paulo, continua comprometida com o bloqueio de recursos.

Em maio, mudança na contratação de uma empresa de ônibus levou à redução no transporte do câmpus a terminais de transporte público. Também tornou mais difícil atender a todos que precisavam se deslocar entre as unidades. ” (O bloqueio) faz com que a UFABC não consiga ampliar a capacidade de transporte, em um cenário de expansão do número de alunos”, informou a universidade.

O resultado é que alunos precisam enfrentar um caminho perigoso e já organizam esquemas de caronas. “Quem chega pelo terminal (Santo André Leste) tem de passar por baixo do viaduto a pé”, diz Andressa Silva, de 22 anos, aluna de Ciência e Tecnologia na UFABC. “Decidi trancar minha matrícula para tirar carta de motorista. Me vi ameaçada de estar sujeita a assaltos”, diz ela, que escuta relatos de violência ao menos duas vezes por semana no trajeto.

Sem poda, o mato alto cria insegurança e a redução de vigias aumenta o risco de furtos na Universidade Federal de Goiás (UFG). A UFG admite atrasos no pagamento de prestadores de serviço e, para economizar, recomendou até desligar o ar-condicionado de manhã e à noite. “É um desconforto. A sala foi adaptada, é de tapumes. Temos de ligar ventiladores, que são lentos, e deixar a janela aberta. Mas o prédio é de frente para um bosque com macacos, que querem entrar na sala”, diz Letícia Scalabrini, de 20 anos, aluna de Ciências Sociais.

Critério

Em nota, o MEC informou que o critério para o bloqueio “foi operacional, técnico e isonômico”. Segundo a pasta, o bloqueio no orçamento foi de 3,9%, de um total de R$ 149,7 bilhões para 2019. Para as universidades, foi 3,4% dos R$ 49,6 bilhões para o ano, “sem comprometer as despesas obrigatórias”. O MEC informou que está “aberto ao diálogo com reitores”, buscando liberar recursos para questões urgentes. Disse, ainda, que o bloqueio não compromete o Programa de Assistência Estudantil.

Oportunidade perdida

“Sempre estudei em escola pública em um bairro periférico de Curitiba e nem pensava que estaria na Universidade Federal do Paraná. No terceiro ano, resolvi me inscrever no intercâmbio. Só tentei porque tinha a possibilidade de uma bolsa de R$ 10 mil”, contou Fernanda Vanzeli, aluna de Pedagogia da UFPR.

“Fiz entrevista, análise de currículo. Foram meses de espera. Recebi a resposta da bolsa em fevereiro e a carta de aceite da Universidade do Porto (em Portugal) no início do mês de julho. Minha intenção com o intercâmbio é ter a experiência de morar fora. Faço Pedagogia e quero entender como funciona o sistema educacional de lá”, disse a estudante de 22 anos.

“Quando pedi um comprovante de que havia ganhado a bolsa para dar entrada no pedido de visto, recebi um e-mail (da universidade) falando que a bolsa não seria paga (por causa do bloqueio de verbas). Senti a minha oportunidade, todo meu esforço, escorrendo pelos dedos igual água”, lamentou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Writing Studio

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