Everton Abreu Lopes é responsável pelo atendimento a pacientes em três unidades de terapia intensiva (UTIs) de Recife.
Continua após a Publicidade:
Clique n Writing Studio úmeros mostram.
Trabalhar em UTIs fez com que o médico clínico se acostumasse a acompanhar desfechos fatais, mas a situação atual é diferente, as particularidades do vírus impedem, inclusive, que ele possa comunicar pessoalmente os óbitos para as famílias das vítimas. “Nunca vi tanta gente morrer ao mesmo tempo. E o pior de tudo, para mim, é dar informação por telefone, já que os parentes não podem estar perto. Quando você dá a informação por telefone, as pessoas não estão preparadas. A gente não sabe onde a pessoa está, se tem alguém perto”, contou.
Everton acredita que o número insuficiente de unidades de terapia intensiva (UTIs) e a capacidade reduzida de transporte de pacientes das unidades de pronto atendimento (UPAs) para os hospitais contribuem para a alta taxa de mortalidade no estado. Na Covid-19, o tempo de atendimento pode ser crucial para frear o desenvolvimento da doença e salvar vidas.
“Os casos graves só chegam na minha mão muito tempo depois do que o necessário, quatro ou cinco dias. Eu não vejo o paciente no início do quadro, quando é possível fazer alguma intervenção mais bem-sucedida. Quando ele chega, já é tarde, muito difícil de reverter a situação”, desabafou em reportagem à BBC.
Fonte: Metrópoles.