Blog do Adilson Ribeiro

Desde o início da pandemia, o mundo voltou a fazer algo que estava esquecido por muitos; a se readaptar. A Covid-19 chegou e trouxe com ela mudanças e costumes que ficarão para as outras gerações. Entretanto, deixará também marcas de destruição física e emocional.

Em Muriaé não é diferente. Além das mais de 200 mortes contabilizadas no mês de abril, outro fator que está preocupando é o aumento da pobreza na cidade. E não é somente nos pontos periféricos no município. Pessoas que faziam parte da classe média perderam seus empregos nesses 14 meses de enfrentamento à doença e hoje vivem em condições, que até então, nunca tinham experimentado.

Para levar alimentos às famílias mais necessitadas, a prefeitura de Muriaé, através da Secretaria de Desenvolvimento Social precisou reforçar um serviço já existente, mas que já não estava atendendo a demanda, que são as entregas de cestas básicas.

Eveline ao lado da psicóloga Fabiana Aguiar e da assessora técnica Poliana Montezano

Eveline Amaral que atualmente é a Secretária de Desenvolvimento Social, explica que antes eram entregues, todos os meses, cerca de 500 cestas básicas, porém, em março e abril, foram distribuídas mais de mil cestas em cada mês. O que corresponde, em média, a distribuição de 80 cestas básicas todos os dias, mas que segundo a secretária, ainda não é o suficiente.

Além da distribuição de cestas, a prefeitura precisou aumentar também as entregas do programa “Cesta Cheia”, que oferece a cada 15 dias, uma cesta de legumes, frutas e verduras para famílias carentes. Para atender a demanda, a quantidade subiu de 1.200 para 1.600 cestas, vendidas por um preço simbólico de R$ 5,00.

E quando o assunto é ajudar ao próximo, o muriaeense entende muito bem. Foi assim todas as vezes em que a cidade foi assolada pelas enchentes de 2007, 2012 e 2020. Na pandemia não está sendo diferente. Dezenas de igrejas, grupos de serviços e sociedade em geral, tem se levantado para arrecadar alimentos em que são  ofertados para inúmeras famílias espalhadas pela cidade.

A todo o momento, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento social recebe mais nomes de famílias que precisam ser atendidas. Esses atendimentos são realizados nos quatro Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) espalhados por Muriaé, onde as famílias podem solicitar a ajuda.

Após a realização de um cadastro, um assistente social vai até o local e realiza um estudo técnico para saber como a família pode ser ajudada.

Ao todo, 1.612 famílias são atendidas em Muriaé, o que corresponde a pouco mais de 15% da população. Os bairros com o maior número de atendimentos são; Aeroporto, São Joaquim, Joanópolis, Dornelas II, Santa Terezinha, Safira, Barra, Cerâmica, São Gotardo.

Eveline informou também que mais dois serviços entrarão em funcionamento nas próximas semanas. A instalação de mais um CRAS no bairro Barra e um CRAS itinerante para atender famílias carentes nos distritos e comunidades pertencentes ao município.

Estoque de cestas básicas da prefeitura para atender mais de 1.600 famílias

Dados que refletem na segurança pública

Coincidência ou não, muitos desses bairros são registrados a maior parte de ocorrências policiais, principalmente voltadas ao tráfico de drogas.

De acordo com dados da Polícia Militar de Muriaé, em 2021 houve um aumento de 12% nas oc Writing Studio istência Social (CRAS) espalhados por Muriaé, onde as famílias podem solicitar a ajuda.

Após a realização de um cadastro, um assistente social vai até o local e realiza um estudo técnico para saber como a família pode ser ajudada.

Ao todo, 1.612 famílias são atendidas em Muriaé, o que corresponde a pouco mais de 15% da população. Os bairros com o maior número de atendimentos são; Aeroporto, São Joaquim, Joanópolis, Dornelas II, Santa Terezinha, Safira, Barra, Cerâmica, São Gotardo.

Eveline informou também que mais dois serviços entrarão em funcionamento nas próximas semanas. A instalação de mais um CRAS no bairro Barra e um CRAS itinerante para atender famílias carentes nos distritos e comunidades pertencentes ao município.

Estoque de cestas básicas da prefeitura para atender mais de 1.600 famílias

Dados que refletem na segurança pública

Coincidência ou não, muitos desses bairros são registrados a maior parte de ocorrências policiais, principalmente voltadas ao tráfico de drogas.

De acordo com dados da Polícia Militar de Muriaé, em 2021 houve um aumento de 12% nas ocorrências relacionadas ao tráfico de drogas, no primeiro trimestre de 2021 comparando-se com o primeiro trimestre do ano passado.

Os números de operações também subiram neste período. Em 2020 foram realizadas 908 operações enquanto no primeiro trimestre deste ano foram feitas 1031.

Pata o comandante do 47º Batalhão da Polícia Militar, Tenente Cel. Márcio Roberto, é perceptível o crescimento de adolescentes no tráfico de drogas e na participação de outros crimes, como furtos, roubos e até nos homicídios.

“Muitos adolescentes acabam entrando no mundo do crime pelo fato das leis serem mais brandas para eles e por ser uma forma de ganhar dinheiro, mesmo que de forma ilícita”, disse o comandante.

Cursos profissionalizantes

Não adianta dar o peixe se não ensinar a pescar. Essa frase, dita por muitos governantes explica que muito mais importante que fornecer o alimento, é essencial capacita-los para o mercado de trabalho.

Para atender a essa demanda, vários cursos profissionalizantes foram criados para serem oferecidos às comunidades carentes de forma gratuita, porém, devido a pandemia e a proibição de aglomerações, esse projeto só entrará em funcionamento quando o município sair da onda vermelha e entrar na onda amarela, em que as restrições são mais leves.

Enquanto isso, autoridades municipais, organizações e sociedade em geral se unem para levar alimento aos lares muriaeenses, para que o menor número possível de pessoas sofra com a fome.

Aquelas pessoas que desejam realizar doações, basta procurar a sede da Secretaria de Desenvolvimento Social no bairro Safira.

“Estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance. As pessoas que têm fome não esperam. Elas precisam de um apoio social o quanto antes”, concluiu Eveline.