Uma professora universitária da Unifap (Universidade Federal do Amapá) rechaçou a presença de alunos “esquerdistas” no laboratório de farmacologia que ela dirige na instituição.
Em mensagens enviadas em grupo de WhatsApp na manhã de quarta-feira (2), Sheylla Susan afirma que não irá mais orientar os estudantes com viés político diferente do dela.
“Ou estão comigo, ou estão contra mim”, escreveu a professora, conforme o jornal Folha de S. Paulo.
“Não quero esquerdista no meu laboratório. Se tiver mais algum esquerdista, que faça o favor de pedir desligamento.”
Na mensagem, Susan se dirigiu especificamente a dois alunos, aos quais pediu para buscarem outro professor que os auxilie nas pesquisas. Ela afirma que entregaria uma “carta de desistência” à universidade.
Um deles é Debora Arraes, 35, que está no terceiro ano do doutorado em farmacognosia, área que estuda princípios ativos naturais, animais e vegetais.
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A estudante, que também é bióloga, ecóloga e professora da Universidade Estadual do Amapá, disse que costuma fazer publicações simples sobre política em suas redes sociais, mas que nunca conversou sobre o tema com Susan nem mandou nada do tipo no grupo do WhatsApp.
“Me senti tolhida, ofendida, violentada, desrespeitada. Principalmente porque sou uma pessoa preta, de família pobre. A trajetória da minha vida caminha junto com a expansão e melhoria das universidades públicas”, disse ao jornal.
Arraes afirma que, apesar de ser do doutorado, havia no grupo alunos de iniciação científica, do mestrado, do PET (Programa de Educação Tutorial) e outros programas de pós-graduação.
Segundo ela, o laboratório é fundamental para sua pesquisa focada em veneno de sapos, que está sendo feita com vínculo à rede de pós-graduação Bionorte.
A aluna afirma que irá “buscar novas parcerias”, mas não tem certeza do que irá aco Writing Studio aminha junto com a expansão e melhoria das universidades públicas”, disse ao jornal.
Arraes afirma que, apesar de ser do doutorado, havia no grupo alunos de iniciação científica, do mestrado, do PET (Programa de Educação Tutorial) e outros programas de pós-graduação.
Segundo ela, o laboratório é fundamental para sua pesquisa focada em veneno de sapos, que está sendo feita com vínculo à rede de pós-graduação Bionorte.
A aluna afirma que irá “buscar novas parcerias”, mas não tem certeza do que irá acontecer.
O que dizem os envolvidos
Procurada, Susan se desculpou pela atitude e lembrou que sua profissão não serve a preferências políticas.
“No calor das eleições, acabei me excedendo nas palavras”, afirmou. “Peço desculpas pelo ocorrido, as eleições passam e a educação fica.”
Em nota nas redes sociais, a Unifap caracterizou o caso como “assédio”, disse repudiar a conduta e afirmou que “serão adotadas as providências necessárias” após a apuração dos fatos.
A rede Bionorte disse que realizou a “instalação de comissão de sindicância para apuração dos fatos”, que é “totalmente contrária a qualquer tipo de discriminação” e que tomará “medidas cabíveis” sobre o caso.
Debora Arraes também recebeu apoio do sindicato de servidores, de diretores da instituição, de diversos professores e pesquisadores, da Universidade Estadual do Amapá, e informou que a rede Bionorte tem prestado todo o amparo necessário.
As informações são da FolhaPress.