Blog do Adilson Ribeiro

Sexta-feira – 08:46 – Entenda como raça de galos ficou gigante após intervenção humana. Veja Abaixo:

No Espírito Santo, a criação de galos gigantes, com até 1,18 metro de altura, tem despertado a curiosidade de muitas pessoas. As aves já chegaram a ser vendidas por R$ 6 mil e os ovos, a R$ 1 mil a dúzia. Mas o que aconteceu com esses animais para eles ficarem tão grandes? O segredo está na alimentação ou eles crescem naturalmente?

Todo animal criado para um fim comercial passa por esse processo para obter animais com as características desejadas pelo criador. Seja para chegar a uma cor em específica ou ter animais maiores, como nesse caso.

Sim. De acordo com o biólogo Helimar Rabelo, os galos ficam desse tamanho, com mais de um metro de altura, por causa da intervenção humana.

“O galo gigante é resultado de uma seleção genética. Vai cruzando os descendentes deles com outros. É uma seleção forçada pelo homem”, explicou.

O biólogo Edson Valpassos explicou ainda que a seleção genética acontece por meio da reprodução entre os animais da mesma espécie, no qual sempre é selecionado aqueles que têm as melhores características.

“Essa seleção vai justamente selecionar os animais que têm características diferenciadas da maioria. É uma forma de fixar, progressivamente, animais com um genótipo desejado. No caso do galo do Índio Gigante, é a altura”, disse.

O pesquisador Elsio Figueiredo, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), explica como funciona o método.

“O melhoramento genético é você definir qual a característica que quer melhorar. Então, se definir que quer melhorar a altura do indivíduo, vai escolher aqueles indivíduos com altura mais alta para serem reprodutores”, define.

Ou seja, para conseguir galos mais altos, é feito cruzamento entre animais de tamanho maior. Nesse caso, é mais fácil ver os resultados, já que são características com impacto visual. “Nesses aí, a gente se refere a eles como genes de grande efeito. Esses que são visuais, que você consegue ver, como são os casos também do pescoço pelado e outros genes de cor”, explica Figueiredo. O ciclo de vida curto dos frangos também facilita o monitoramento da evolução das linhagens.

Melhoramento genético é comum na fauna e flora

Leo já chegou a ter galos de 1,20 — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Valpassos explicou ainda que a seleção genética não é algo novo na fauna e flora. É o caso dos bovinos, equinos e até mesmo de plantas, como o milho e a orquídea.

“O milho é uma planta originário das Américas, mas que foi selecionado pelos povos antigos, desde os astecas, através de um processo de seleção genética, no qual o consumo era baseado na cor, no sabor, entre outras características. O milho que conhecemos hoje é um processo mais avançado, resultado de um cruzamento entre as melhores plantas há centenas de anos. Se isso fosse feito hoje, não daria o mesmo resultado”, disse.

O biólogo explicou também que os animais e plantas que passam por essa seleção genética costumam ter alto valor agregado, justamente por causa do investimento para ver o resultado do cruzamento entre as espécies.

 

 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE:

 

SAÚDE AVAÍ – O Plano Pensado Para Você. Contato: (22) 9.9719-2260 ou Clique na imagem e assine já.

 

“Há animais com alto valor agregado, como bois e vacas, e também plantas. A seleção genética pode demorar semanas ou anos, por isso que o custo nesta produção é mais elevado”, disse.

Sem galo de briga

Mesmo sendo criados a partir da intervenção humana, o biólogo Helimar Rabelo afirma que esses animais, no entanto, não foram feitos para brigas porque têm o coração pequeno, quase do tamanho de uma galinha normal. Ou seja, um dos fatores que ajuda a gente a ir contra um certo achismo popular de que o Índio Gigante foi selecionado pra briga.

“Para as pessoas, ele fica um galo mais potente. Mas não! Ele nem pode brigar, porque se ele se estressar muito, é comum essas aves morrerem por estresse. Então, como o coração é pequeno, apenas o tamanho do corpo é grande, eles podem enfartar brigando”, explicou o biólogo.

“Ovos de ouro”

Sobrinha do Leo segurando um dos galos gigantes quando tinha oito anos — Foto: Reprodução/Acervo pessoal

Em Vargem Alta, no Sul do Espírito Santo, o produtor Leonardo Pontini tem uma produção caseira de galos da raça Índio Gigante com cerca de 30 animais. Por lá, galos que medem 1,18 de altura são a atração.

O produtor mede um dos galos, batizado carinhosamente de Loki. Em cima da mesa, a real dimensão do tamanho dos animais, com mais de 1 metro. No vídeo, ele até comenta o nome dos pais do “pequeno” Loki: Cacaroto e Perfeitinha.

Os valores dessas aves gigantes no mercado também chamam a atenção. Uma dúzia de ovos da espécie é vendida por até R$ 1 mil. O produtor contou que a ave mais cara que ele vendeu chegou ao valor de R$ 6 mil.

Apesar do lucro, hoje a criação é outra. Atualmente, Leonardo segue vendendo ovos, pintinhos, frangos e frangas, mas os galos não entram na lista porque já são considerados da família.

“São como animais de estimação, a gente se apega na criação, todos têm até nome”, comentou Leo.
Em uma foto de quando uma sobrinha tinha oito anos, dá para ver e comparar o tamanho do animal.

“Meu maior galo hoje tem 1,18m, mas já tive de 1,20m. O Blackout, que tem 1,18m, um galo preto. Já cheguei a ter 200 aves, mas hoje o custo da criação é muito caro, a ração é cara, e eu também estou trabalhando fora.”, disse o produtor.

Vira e mexe alguém passa pela criação querendo conhecer os galos. O produtor contou que o galo gigante já foi criado em grande escala, mas hoje a criação é somente por hobby.

“A produção dos ovos começa em agosto e elas põem, em média, 80, 100 ovos por ano. Ovos de tamanho normal, parecido com a galinha comum, mas o desenvolvimento das aves é acelerado, elas são precoces. Enquanto um frango caipira leva 1 ano pra chegar ao ponto de abate, se for o caso, a espécie Índio Gigante com cinco meses já dava para abater, já pesaria três quilo e meio, quatro quilos, mas a gente não abate”, contou o criador

“A gente recebe bastantes visitas. Muita gente que vem quer tirar foto com o galo gigante, quer conhecer, quer saber mais da raça. São aves muito dóceis, e as minhas duas filhas também ajudam na criação, elas vêm aqui, catam os ovos. Ele é o mascote da gente”, comentou o produtor.

As informações são do g1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *