Blog do Adilson Ribeiro

Quarta-feira – 23:53 – Justiça do Rio mantém prisão de padre acusado de abuso sexual de menores em paróquia na Zona Oeste do Rio. Veja Abaixo:

A Justiça do Rio manteve a prisão preventiva do padre Ramon Guilherme Pitilo da Silva Ramos, preso em 24 de julho, acusado de ter abusado sexualmente de duas crianças Paróquia de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. A decisão da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro foi publicada nesta terça-feira. Os desembargadores, por unanimidade de votos, negaram um pedido de habeas corpus feito pela defesa decidiram manter a prisão preventiva do réu.

 

Na decisão, o relator do processo, desembargador Carlos Eduardo Roboredo, destaca a gravidade concreta da conduta do padre, que se aproveitava de sua autoridade religiosa para a prática de abusos sexuais, no interior da paróquia, por mais de uma vez, e também sobre a necessidade de resguardar a segurança e a tranquilidade das vítimas.

Um jovem, atualmente com 20 anos, afirma ter sido abusado sexualmente pelo padre Ramon Guilherme Pitilo da Silva Ramos enquanto frequentava o Seminário Arquidiocesano de São José, no Rio Comprido. O GLOBO teve acesso às mensagens trocadas por eles, por e-mail, que mostram relatos de trocas de beijos e até desejo de tocar em partes íntimas. Em um dos diálogos, o religioso chegou a pedir orações, por perceber “que o demônio tem investido contra” a sua paz de espírito. A defesa do padre Ramon Pitilo afirma que desconhece as acusações, assim como o conteúdo dos e-mails trocados. Já a Arquidiocese do Rio afastou o sacerdote e abriu uma investigação sobre o caso.

 

Atualmente vivendo na Região Nordeste, o jovem morou no Rio entre 2012 e 2019. Nesse período, em 2013, conheceu o padre Ramon, época em que tinha 11 anos, e fazia acompanhamento vocacional no seminário, da Arquidiocese do Rio, com objetivo de também se tornar seminarista, época em que Ramon teria acabado de entrar no Seminário.

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O rapaz afirma que teve contatos íntimos com Ramon Pitilo dentro do seminário, no banheiro e numa escada do prédio. De acordo com ele, houve beijos e toques. O jovem diz que o padre usou a amizade que existia entre eles para se aproximar: “Eu não passava de um pré-adolescente me descobrindo sexualmente e cheio de hormônios”. Ele registrou ocorrência eletronicamente por estupro de vulnerável na 18ª DP (Praça da Bandeira).

— Em 2017, quando entrei no seminário, mantivemos a amizade. Eu tinha 14 anos e estava me descobrindo sexualmente. Acabamos nos aproximando e conversamos sobre sexo. Algumas fotos íntimas foram trocadas — disse ao GLOBO.

Entre as mensagens trocadas, que citam uma relação de amigos, está a descrição de momentos em que os dois teriam se relacionado.

“Beijo mal, aos poucos vou aprender”, disse o jovem ao padre, que respondeu com elogios: “Você está de brincadeira… você beija muito bem”. A mensagem ainda foi completada com um “s2”, símbolo usado na web para indicar um coração.

Em outro diálogo, a conversa trata de um momento íntimo. “Queria ter pegado no seu pênis. Amei a experiência”, disse o jovem ao padre Ramon, que respondeu que o sentimento foi recíproco. “Também gostei muito. Fica para a próxima”.

Troca de mensagens entre o padre Ramon Pitilo e jovem do Seminário da Arquidiocese do Rio — Foto: Editoria de Arte

Troca de mensagens entre o padre Ramon Pitilo e jovem do Seminário da Arquidiocese do Rio — Foto: Editoria de Arte

 

Marcação de encontros no banheiro e pedido de orações, por ‘investidas’ do demônio

 

O jovem, em uma das trocas de mensagem, sugere que o padre Ramon o encontre no “banheiro da capela ou o do auditório”. Em outro diálogo, o então adolescente se preocupa: “Amanhã é muito arriscado, muitos ficam rondando pelo seminário”, mensagem respondida pelo padre que, por ele, teria “feito hoje mesmo”.

O padre também alertava sobre o local de um possível encontro. Segundo o e-mail enviado, deveriam ir para a “porta de emergência do auditório, perto da lavanderia”, caso tivesse muita gente próximo à quadra.

No entanto, em meio aos diálogos, padre Ramon também pediu orações. O motivo seria o demônio o atentando.

 

 

“Hoje tive uma iluminação tão sublime sobre o amor a Deus e ao próximo. Peço que reze por mim. Apesar do chamado do Senhor e de seu carinho por mim, percebo que o demônio tem investido muito contra a minha paz de espírito”, afirmou em mensagem.

Em outro diálogo, disse não saber o que queria, mas reforçou o pedido de oração. “Querido, eu sinceramente não sei o que quero. Sei apenas que preciso que reze por mim e que se faça ainda mais próximo. Para que, quando a dor, eu possa ter mais alguém para me apoiar e me ajudar. Ainda mais com seu olhar que penetra minha alma”.

Religioso foi afastado

 

O mandado de prisão contra o padre foi expedido no dia 21 julho pela juíza Gisele Guida de Faria, da 1ª Vara Especializada em Crimes contra a Criança e o Adolescente. O padre se apresentou, acompanhado de seus advogados, na Dcav no dia 24 de julho.

Ramon Guilherme Pitilo da Silva Ramos, de 33 anos, abusou de ao menos duas crianças da Paróquia de Rio das Pedras, em Jacarepaguá — Foto: Reprodução

Ramon Guilherme Pitilo da Silva Ramos, de 33 anos, abusou de ao menos duas crianças da Paróquia de Rio das Pedras, em Jacarepaguá — Foto: Reprodução

O padre foi suspenso de suas funções pela Arquidiocese do Rio, que abriu uma investigação interna sobre o caso.

O advogado Wallace Martins, que representa Ramon Pitilo, afirmou não conhecer as acusações, tampouco os e-mails trocados, nem o nome da suposta vítima. A defesa também consultou o padre e uma parente dele, que também afirmaram não saber do que possa se tratar.

Por meio de nota, o advogado de Ramon Pitilo, Wallace Martins, informou que desconhece a nova acusação e afirma que o padre nega todas as denúncias de abuso sexual: “O padre refuta qualquer acusação nesse sentido. Estamos levando aos autos farto material probatório, inclusive com depoimentos de crianças da Paróquia, que afirmam, de forma peremptória, que o padre jamais agiu dessa maneira”.

Fonte: Extra.

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