Internado no Hospital Quinta D’or, em São Cristóvão, Davi Giovanni Guimarães, de 8 anos, foi extubado, nesta quarta-feira, e está respirando sem ajuda de aparelhos. Ele teve o braço decepado no acidente do ônibus 476 (Méier – Leblon) e foi encaminhado para unidade de saúde, onde ficou em coma induzido por seis dias. Apesar da melhora, o menino ainda não tem previsão de alta.
“O Hospital Quinta D’Or informa que o paciente D. G. G. segue internado na UTI pediátrica do hospital, estável, com bons níveis pressóricos e boa diurese. O paciente foi extubado e está respirando sem ajuda de aparelhos. Ainda sem previsão de alta.”
O acidente
O acidente aconteceu na noite de sexta-feira (6), por volta das 22h30. Um ônibus da linha 476 (Méier – Leblon) tombou na descida do viaduto da Linha Vermelha para o Campo de São Cristóvão. Pelo menos 26 pessoas ficaram feridas, entre elas, Davi, que teve o braço decepado. Passando pelo local na hora, o mototaxista Diego Mendes viu o desespero da mãe do menino, Aparecida, e levou ambos de moto para uma das unidades de saúde mais próximas do local, o Quinta D’or.
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Após o menino ser socorrido pela equipe médica, Aparecida pediu que Diego voltasse à cena do acidente para procurar o cachorro que os acompanhava na viagem do 476. Ao voltar ao local do acidente para procurar a cadelinha Pandora, o mototaxista, na verdade, encontrou o membro decepado do menino. Patrícia de Brito, que trabalha num bar em frente ao acidente, achou o braço, colocou numa bolsa com gelo e entregou para as equipes de resgate. Uma bombeira, vendo que o mototaxista estava ajudando a família, pediu para ele levar a bolsa para o local onde ele estava internado.
Outro sobrevivente do grave acidente, o fotógrafo Fernando Yinni Ferreira, de 35 anos, conta que voltava do trabalho, quando entrou no 476, num ponto da Rua Bartolomeu Mitre, no Leblon. De acordo com a vítima, que sofreu ferimentos leves, o motorista começou a andar em alta velocidade assim que entrou no túnel Santa Bárbara. Ele, que estava de pé, na roleta, assistia ao jogo da seleção brasileira no celular, quando percebeu que o motorista perdeu o controle na curva, em São Cristóvão, e conseguiu guardar o aparelho no bolso. Com o peso de outra passageira pressionando o corpo dele, o fotografo conseguiu tirar o pé que estava preso em dos ferros retorcidos do veículo após o tombamento.
— Cena muito triste. Vi diversas pessoas com braços e pernas quebradas. Também vi uma criança sem o braço. Havia gritaria e todo mundo muito nervoso. Na hora, a gente fica meio em choque, sem entender o que está acontecendo. É uma situação que nunca mais vou esquecer. A gente vê isso na TV ou num filme, mas quando é com a gente é tudo diferente. Estou bem, mas ainda impactado — relata.
Fonte: Extra
