Em nota, a defesa da fotógrafa, de 40 anos, disse que recebeu “com surpresa e consternação a notícia do indiciamento” e que, “desde o começo, nossa cliente foi injustamente julgada por sua aparência, sendo alvo de ridicularização e descrédito”. Os advogados de Fabiana também ressaltam que há “um tratamento diferenciado por parte de segmentos da Polícia Civil de Minas Gerais”.

A reportagem procurou o advogado do goleiro e a Polícia Civil e aguarda retorno.

Confira a nota da defesa na íntegra:

Recebemos com surpresa e consternação a notícia do indiciamento de nossa cliente pela Polícia Civil de Minas Gerais. Embora esperássemos que ela não fosse indiciada devido à ausência de evidências robustas, observamos desde o início certa inclinação da investigação em favor do jogador de futebol, levantando dúvidas sobre a imparcialidade do inquérito.

Desde o começo, nossa cliente foi injustamente julgada por sua aparência, sendo alvo de ridicularização e descrédito. Esse comportamento reflete uma sociedade machista e preconceituosa que, frequentemente, põe a mulher em posição de inferioridade e desconfiança, sem considerar os méritos de sua fala ou os fatos apresentados.

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A celeridade e o rigor com os quais os procedimentos foram conduzidos nos chamaram a atenção, dada a nossa familiaridade com os trâmites judiciais diários, que raramente seguem esse ritmo acelerado.

O modo como as informações foram divulgadas à mídia, a rápida manifestação do jogador e a apreensão acelerada de objetos evidenciam, a nosso ver, um tratamento diferenciado por parte de segmentos da Polícia Civil de Minas Gerais, especialmente em casos envolvendo personalidades destacadas.

Agora, ao avançarmos para a esfera judicial, temos a esperança e a confiança
de que, pela primeira vez, nossa cliente terá o direito a uma análise verdadeiramente
imparcial dos fatos que lhe foram imputados. É o necessário.

Relembre o caso 

Em julho de 2023, o goleiro procurou a Polícia Civil para denunciar a extorsão de que estaria sendo vítima. Na mesma semana, um mandado de busca e apreensão foi cumprido por investigadores do Deoesp (Departamento Estadual de Investigação de Operações Especiais) na casa da investigada. A polícia apreendeu computadores e aparelhos celulares na casa de Fabiana.

Durante entrevista à Record TV Minas, a fotógrafa negou o crime. Fabiana alega ter sido acusada pelo atleta após ter cobrado dele a formalização do relacionamento extraconjugal que os dois estariam mantendo havia dois anos.

Alguns dias depois, a Polícia Civil de Minas Gerais declarou que Fabiana confessou o crime durante seu depoimento. No entanto, o advogado dela nega. “Em relação à suposta confissão da prática de extorsão, refutamos veementemente tais alegações e manifestamos que as palavras de Fabiana foram interpretadas de forma distorcida”, declarou a defesa.