O suspeito de assassinar a tiros em 1996 o rapper e ator Tupac Shakur, conhecido como 2Pac, foi preso em Las Vegas, Estados Unidos, na manhã desta sexta-feira (29).

O astro do hip hop – considerado um dos rappers mais influentes de todos os tempos – foi morto a tiros na cidade de Nevada em setembro de 1996.

No entanto, seu atirador nunca foi identificado, e o caso frustrou os investigadores e fascinou o público desde então.

Um grande júri de Nevada indiciou Duane “Keffe D” Davis, de 60 anos, por homicídio com uso de arma letal.

“Esta investigação começou em 7 de setembro de 1996. Está longe de acabar”, disse em entrevista coletiva nesta sexta-feira.

“Embora eu saiba que houve muitas pessoas que não acreditavam que o assassinato de Tupac Shakur era importante para este departamento de polícia, estou aqui para dizer que simplesmente não é o caso.

“Nosso objetivo sempre foi responsabilizar os responsáveis pelo assassinato violento de Tupac.”

A irmã de Tupac, Sekyiwa “Set” Shakur, descreveu a acusação como uma vitória. “Este é, sem dúvida, um momento crucial. O silêncio dos últimos 27 anos em torno deste caso falou alto em nossa comunidade.

“É importante para mim que o mundo, o país, o sistema de justiça e o nosso povo reconheçam a gravidade do falecimento deste homem, do meu irmão, do filho da minha mãe, do filho do meu pai.”

‘Líder e atirador’

Davis é tio de Orlando Anderson – um dos rivais conhecidos de Tupac – que as autoridades suspeitavam há muito tempo na morte do rapper.

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Anderson estava envolvido em uma briga de cassino envolvendo Tupac e seus associados na noite da morte do astro.

Ele negou qualquer envolvimento no assassinato do rapper na época, e morreu dois anos depois em um tiroteio de gangue.

Davis, que na época era membro da gangue South Side Compton Crips, admitiu em entrevistas anteriores e em seu livro de memórias de 2019, Compton Street Legend, que estava no carro supostamente usado no ataque.

O tenente de homicídios Jason Johansson, do Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas, chamou Davis de “líder e autor de tiros” da gangue.

Ele disse que Davis planejou o ataque como “retaliação” pelo incidente anterior no cassino envolvendo Anderson.

“Pouca gente sabia que é este incidente que acabaria por levar ao tiroteio retaliatório de Tupac Shakur”, disse o tenente Johansson na conferência de imprensa.

“A notícia se espalhou entre os South Side Compton Crips sobre o que havia ocorrido [no cassino].

“Foi quando Davis começou a elaborar um plano para obter uma arma de fogo e retaliar o que ocorreu contra Anderson.”

“Comentários revigoraram nossa investigação”

Tupac foi baleado na noite de 7 de setembro de 1996, enquanto estava em um BMW preto dirigido pela fundadora da Death Row Records, Marion “Suge” Knight.

A dupla estava dirigindo para uma boate em um comboio depois de assistir à luta pelo título mundial dos pesos-pesados Mike Tyson versus Bruce Seldon em Las Vegas.

Eles aguardavam em um sinal vermelho, a um quarteirão da Las Vegas Strip, quando um Cadillac branco parou ao lado deles e os tiros começaram.

Tupac, que foi baleado várias vezes, morreu em 12 de setembro. Ele tinha 25 anos.

Na época de sua morte, Tupac era uma das principais figuras da cena hip hop da Costa Oeste, com sucessos como California Love e Dear Mama.

Conhecido por seu nome artístico 2Pac, o rapper nascido em Nova York encontrou fama com seu álbum de estreia 2Pacalypse Now e foi indicado a seis prêmios Grammy ao longo de sua carreira musical.

Houve muitas testemunhas do tiroteio, mas a investigação rapidamente parou – em parte porque essas testemunhas se recusaram a cooperar, disse a polícia de Las Vegas no passado.

Até esta sexta-feira, nunca havia ocorrido nenhuma prisão no caso.

O tenente Johansson disse que os detetives sabiam a maioria das informações do caso nos meses seguintes ao tiroteio de Tupac, mas “nunca tiveram as evidências necessárias” para apresentar acusações.

Ele disse que os detetives foram “revigorados” pelas informações que Davis forneceu à mídia em entrevistas sobre o lançamento de suas memórias.

O promotor distrital de Las Vegas Clarke, Steve Wolfson, acrescentou: “Hoje, a justiça será feita no assassinato de Tupac Shakur.

“Tupac Shakur é uma lenda da música e há muito tempo esta comunidade, e em todo o mundo, quer justiça para Tupac. Hoje estamos dando esse primeiro passo”.

Em julho, a polícia fez buscas em uma propriedade cujos registros públicos, incluindo registros de votação, ligavam a Davis por meio de sua esposa.

Na época, a polícia confirmou que os policiais cumpriram um mandado de busca em Henderson, cidade próxima a Las Vegas.

A polícia procurava itens “relativos ao assassinato de Tupac Shakur”, de acordo com o mandado de busca.

No entanto, o departamento não divulgou outros detalhes, incluindo onde os policiais estavam fazendo buscas e se esperavam fazer uma prisão.

A Associated Press, que noticiou pela primeira vez a prisão de Davis com base em informações de duas fontes não identificadas, disse que Davis não respondeu a várias mensagens de telefone e texto da agência de imprensa em busca de comentários desde a operação em julho.

Com informações da Sky News.