A juíza Lucia Mothe Glioche, titular da 4ª Vara Criminal do Rio, negou o pedido de liberdade feito por Suyane Breschak. Trata-se da cigana presa em Cabo Frio e indiciada, junto com Julia Andrade Pimenta, pelo homicídio do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, em maio deste ano.

A vítima morreu após comer um brigadeirão oferecido por Julia, sua namorada. O corpo de Luiz Marcelo foi encontrado em avançado estágio de decomposição dentro do seu apartamento no Engenho Novo, na Zona Norte.

Para deferimento da liberdade, a defesa de Suyane argumentou que sua cliente é mãe de dois filhos menores de 12 anos, sendo um deles autista. Na decisão, a magistrada relembrou que semelhante pleito defensivo já tinha sido negado.

“Observo que a indiciada já formulou, anteriormente, pedido de revogação de prisão temporária, usando, como um dos motivos, o fato dela ter filhos menores que estivem sob sua guarda e que dependiam dela para sobrevivência. Este juízo, analisando o pleito defensivo, indeferiu o mesmo, aduzindo que não havia prova de que seria a única apta a exercer a guarda e que não havia prova documental da deficiência de um dos filhos. Os fundamentos da decisão judicial permanecem hígidos e a custódia da indiciada é necessária”, diz a decisão.

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Na última sexta-feira (12), a Polícia Civil indiciou seis pessoas, entre elas, Julia, por oito crimes: homicídio por motivo torpe com emprego de veneno e com uso de traição ou emboscada; apropriação de bens; vendas de armas de fogo; estelionato; associação criminosa; fraude processual; falsidade ideológica; e uso de documento falso. As outras são Suyane (por todos os crimes, exceto uso de documento falso); Leandro Jean Rodrigues Cantanhede, namorado da cigana; Victor Ernesto de Souza Chaffin, preso com o carro de Luiz Ormond em Cabo Frio; e outros dois homens, que teriam que comprar as armas de fogo da vítima no mercado ilegal.

Relembre o caso

O empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond foi encontrado morto no dia 20 de maio, em avançado estado de decomposição, no apartamento onde morava, no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio. O cheiro chamou a atenção de vizinhos, que acionaram o socorro. A suspeita é que o empresário tenha morrido três dias antes, no dia 17, após comer um brigadeiro feito pela então namorada, Julia Cathermol Pimenta.

A necrópsia encontrou um líquido achocolatado no estômago de Ormond, e uma perícia mais detalhada apontou a presença de morfina e dos ansiolíticos no trato gástrico do homem. A polícia considera que a alta dosagem dos remédios matou Ormond em menos de meia hora.

A motivação do crime, segundo a investigação, seria exclusivamente financeira. Júlia acumulava dívidas de cerca de R$ 600 mil com Suyane, por trabalhos espirituais.

Fonte: RJ Interior.