Blog do Adilson Ribeiro

Sábado – 23:22 – Maioria dos túneis do Rio não possuem extintores de incêndio e saídas de emergência. Veja Abaixo:

Um dia depois do incêndio que fez 110 vítimas e deixou dezenas de pessoas desorientadas em busca de uma saída em meio à fumaça, após um caminhão carregado de bebidas pegar fogo no Túnel do Covanca, na Linha Amarela, uma equipe do GLOBO percorreu de carro seis das principais galerias da cidade. E observou que, na percepção de motorista ou de passageiro, a maioria não tem extintores de incêndios e hidrantes, equipamentos obrigatórios de acordo com nota técnica do Corpo de Bombeiros. Também faltam saídas de emergência (corredores laterais), sinalização e, em alguns casos, até o sistema de ventilação.

Horas após o incêndio de quinta-feira, o Corpo de Bombeiros anunciou que faria uma vistoria nos túneis do Rio — há 32 dessas estruturas na cidade. Nas inspeções, que começaram ontem, será exigida a apresentação do Certificado de Aprovação. O documento fornecido pelo Corpo de Bombeiros é obrigatório para qualquer edificação, inclusive túneis, mas não foi apresentado pela Lamsa, concessionária que administra a Linha Amarela. A empresa recebeu prazo de 60 dias para se regularizar e obter o registro. A corporação não informou que túneis têm o certificado.

Dos seis túneis percorridos pelo GLOBO, apenas o Marcello Alencar, que liga a Zona Portuária ao Aterro do Flamengo, tem, aparentemente, equipamentos de combate a incêndio como extintores, hidrantes e mangueiras. Com mais de três mil metros de extensão e inaugurado em 2016, suas duas galerias contam ainda com telefones de emergência, como também está previsto na nota técnica do Corpo de Bombeiros. O documento estabelece ainda que haja um sistema de alto-falantes, para anunciar mensagens ao público, mas esse equipamento não foi identificado pela equipe do GLOBO.

Bombeiros fizeram ontem vistorias no Marcello Alencar, no Santa Bárbara (entre Laranjeiras e Rio Comprido) e no Rio450 (que liga o Centro ao bairro da Saúde). O resultado da visita não foi divulgado.

O Santa Bárbara, que tem duas galerias de 1.357 metros de extensão, passa por obras há meses, mas ontem não era possível avistar extintores e hidrantes, assim como sinalização para apontar as rotas de fuga. Quem cruza pelos 720 metros do Noel Rosa, entre Vila Isabel e Jacaré, também não sabe se esses equipamentos estão presentes. Em muitos trechos, mesmo que haja um extintor, por exemplo, ficaria difícil encontrá-lo devido à escuridão. Também faltam sinalização, ventilação e saída de emergência em corredores laterais.

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Um dos maiores e mais movimentados túneis do Rio, o Rebouças, liga as zonas Norte e Sul, numa extensão de 772 metros na primeira galeria e de 2.047 metros na segunda. Apesar de sua extensão e de sua relevância, também deixa a desejar em segurança e prevenção de incêndio. No último dia 5, uma van pegou fogo em uma das galerias, e o tráfego foi interrompido por mais de uma hora, o que resultou em novo nó no trânsito. O episódio não deixou feridos. O motorista que cruza o Rebouças também não avista hidrantes ou extintores, assim como sinalização contra incêndio e pânico ou saída de emergência em corredores laterais. Entretanto, o túnel tem ventilação e passagem entre os dois sentidos da galeria maior, para facilitar eventuais ações de socorro em casos de emergência.

O Rafael Mascarenhas, na Gávea, o menor dos túneis visitados ontem pelo GLOBO, tem 465 metros de extensão. Nele, também não havia extintores e hidrantes aparentes, o que é obrigatório em passagens com mais de 90 metros de comprimento.

Em nota, anteontem, o secretário estadual de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Leandro Monteiro, informou que notas técnicas do Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Estado do Rio (COSCIP) “incluem sinalização de segurança, iluminação de emergência, sistema de detecção e alarme de fumaça e gases, sistema de ventilação, sistema de proteção por extintores e hidrantes, entre outros”.

Prefeitura cita reformas

 

Procurada, a prefeitura do Rio não deu informações sobre esses equipamentos nos túneis de cidade. Por nota, ressaltou apenas que investe em reformas, “para recuperar a infraestrutura das galerias, que são muito antigas, e ampliar o conforto e a segurança dos motoristas”. Acrescentou que, nos últimos quatro anos, 16 túneis e dois mergulhões passaram por intervenções.

Sobre a escuridão no Noel Rosa, informou que a cidade “enfrenta casos de furtos de equipamentos e cabos de iluminação, que provocam prejuízos aos cofres da cidade e exigem constantes reparos”. No comunicado, o município diz que tem um sistema de monitoramento com 120 câmeras nos túneis, para “viabilizar a pronta resposta dos órgãos municipais em casos de acidentes e engarrafamentos”. Além disso, destacou que há bases da CET-Rio nas entradas e saídas dos principais túneis, para atuar em casos de acidentes.

Fonte: Extra

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