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Remédios, insumos, fraldas, lençóis, roupa cirúrgica, leito em enfermaria e até médicos. Nesta sexta-feira, quando a secretária municipal de Saúde, Beatriz Busch, montou um gabinete de trabalho no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, a rotina de problemas e falta de atendimento enfrentada pela população desapareceu. O salário e o vale-transporte dos funcionários, que estavam atrasados, foram depositados. Na sala amarela, que costuma funcionar com cerca de 80 pacientes, havia apenas 28 internados pela manhã. Funcionários, pacientes e familiares só perguntam por que não é sempre assim.
“O salário e a passagem caíram na nossa conta, tem medicamentos, lençóis e roupas. E esvaziaram a sala amarela, subindo os pacientes para as enfermarias”. Palavras de uma técnica de enfermagem, que prefere não ter o nome divulgado por medo de represália.
A precariedade no atendimento prestado pelo Pedro II não é novidade. Até mesmo o prefeito Marcello Crivella apontava a má gestão por parte da organização social (OS) SPDM para justificar a não renovação de contrato. Mas, depois de anunciar que a empresa pública Rio Saúde assumiria a unidade em 12 de junho e já com todos os funcionários em aviso prévio, a prefeitura voltou atrás e renovou o contrato por mais um ano com a OS, com um acréscimo de R$ 3 milhões mensais aos repasses, que passaram a ser de R$ 14,4 milhões. Uma parte dos profissionais de saúde, principalmente médicos, no entanto, decidiu pelo não cancelamento do aviso prévio e deixou o hospital, agravando o déficit de clínicos e pediatras. Há duas semanas, a emergência pediátrica permaneceu fechada durante alguns plantões pela falta de pediatras.
“A falta de clínicos na emergência chegou a um ponto que o diretor do hospital tem dado plantão sozinho no eixo verde (porta de entrada e sala amarela) e até saiu em ambulância acompanhando paciente. Nunca havia visto isso antes” – contou um funcionário.
A secretária de Saúde afirma que, só esta semana, a prefeitura repassou R$ 10 milhões à OS SPDM e que os insumos começaram a chegar na unidade no início da semana. Segundo ela, o vale-alimentação dos funcionários virá “em etapas diferentes”, e a falta de médicos em alguns plantões, principalmente de clínicos e pediatras, está sendo tratada pela OS.
– Vamos acompanhar os plantões e os atendimentos até a organização social recompor as equipes. Nesta sexta-feira, temos 18 médicos de plantão, incluindo várias especialidades. Com o aumento do repasse mensal para a unidade, vamos equipar o Pedro II para realizar endoscopia, arteriografia e reabrir dez leitos de UTI – disse Beatriz.
Segundo ela, médicos, enfermeiros e técnicos que estão atualmente trabalhando na gestão irão para as unidades de saúde atender a população para reduzir o tempo de espera.
Apesar da melhora no atendimento, ainda há colchões e poltronas rasgados nas enfermarias, sinais de infiltração em alguns pontos do hospital e placas de piso soltando nas salas amarela e vermelha.
A secretária de Saúde garante que seguirá acompanhando de perto o atendimento no Pedro II e que estará na unidade novamente neste sábado.
” Essa estrutura deve garantir a assistência para a grande demanda recebida diariamente, onde sete em cada dez atendimentos são de não munícipes. Teremos obras de manutenção e reforma dos pisos das salas amarela e vermelha e finalização da climatização. As cirurgias eletivas foram retomadas, e a reposição de roupas está sendo feita, com estoque suficiente. Queremos e estamos trabalhando para que o hospital funcione da melhor maneira possível ” disse Beatriz.
Fonte: Blog do Adilson Ribeiro com informações do EXTRA.
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