Blog do Adilson Ribeiro

Sexta-feira – 16:34 – Demora em teste de coronavírus impede mãe de velar filho com microcefalia: ‘Nem pude ver sendo posto em caixão.’ Veja abaixo:

Atingidas por outra epidemia global, mães de bebês com a síndrome da zika pedem que filhos sejam protegidos como grupo de risco; problemas respiratórios e desnutrição tornam crianças mais vulneráveis ao novo coronavírus, alerta médico.

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Faz pouco mais de uma semana que o maior pesadelo da cearense Maria Inamá Araújo Santiago, 32 anos, virou realidade. Seu filho caçula, Arthur, faleceu aos três anos e dois meses de idade com suspeita de covid-19 na noite de 31 de março, após 8 dias de internação em um hospital em Fortaleza, no Ceará.
Um dia após enterrar o filho com todas as restrições do protocolo funerário para pacientes mortos pela doença – à distância, de caixão fechado, sem velório e sem roupas, já que ninguém pôde tocar em seu corpo depois que saiu da UTI – , veio o resultado do teste: negativo. O laudo apontou que foi uma pneumonia, e não o novo coronavírus, a causa da morte do menino.
A notícia, ainda que tardiamente, trouxe algum alívio para a família, segundo a mãe. “Fiquei aliviada pelo fato de, graças a Deus, ele não ter sido acometido por mais um vírus”, diz ela, acrescentando que o medo de infectar o menino pressionou toda a família.
“Minha filha mais velha foi a que apresentou os primeiros sintomas, e ficou todo mundo em cima, com medo de que ela passasse para o Arthur, para ela usar máscara, para não entrar em contato com ele. Fico feliz que ela não vai precisar carregar essa culpa.”
A história de Inamá e Arthur tinha sido marcada por uma outra epidemia global: a do vírus da zika, doença cujos sintomas a mãe identificou ainda durante a gravidez na cidade de Maracanaú, município de 209 mil habitantes na região metropolitana da capital cearense, onde mora com o marido e três filhas. A cidade tem 20 casos confirmados da covid-19, segundo a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa).
Arthur nasceu com microcefalia e outras alterações causadas pela síndrome congênita da zika que limitavam o desenvolvimento da criança, tanto física quanto intelectualmente. O mais grave e constante eram os problemas respiratórios: a pneumonia que matou Arthur, a mais forte de todas, foi a sétima que o menino teve em vida, lembra a mãe.
A notícia de que não era covid-19 a causa da morte do menino, veio tarde demais para evitar o que, para a mãe, é uma das lembranças mais traumáticas relacionadas à perda. Depois de seis dias sem ter tocado em um fio de cabelo sequer do filho e vendo-o apenas uma hora por dia através de uma vidraça, internado na UTI, Arthur foi enterrado também à distância da família, sem velório e sem roupas, já que a funerária recusou-se a vesti-lo. Ele foi colocado nu no pequeno caixão, sob risco de infecção.
A última imagem que a mãe teve do filho, ainda que sem tocá-lo, foi a do seu corpo sem vida levado em uma maca para a capela do hospital, quarta-feira (1).
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Faz pouco mais de uma semana que o maior pesadelo da cearense Maria Inamá Araújo Santiago, 32 anos, virou realidade. Seu filho caçula, Arthur, faleceu aos três anos e dois meses de idade com suspeita de covid-19 na noite de 31 de março, após 8 dias de internação em um hospital em Fortaleza, no Ceará.
Um dia após enterrar o filho com todas as restrições do protocolo funerário para pacientes mortos pela doença – à distância, de caixão fechado, sem velório e sem roupas, já que ninguém pôde tocar em seu corpo depois que saiu da UTI – , veio o resultado do teste: negativo. O laudo apontou que foi uma pneumonia, e não o novo coronavírus, a causa da morte do menino.
A notícia, ainda que tardiamente, trouxe algum alívio para a família, segundo a mãe. “Fiquei aliviada pelo fato de, graças a Deus, ele não ter sido acometido por mais um vírus”, diz ela, acrescentando que o medo de infectar o menino pressionou toda a família.
“Minha filha mais velha foi a que apresentou os primeiros sintomas, e ficou todo mundo em cima, com medo de que ela passasse para o Arthur, para ela usar máscara, para não entrar em contato com ele. Fico feliz que ela não vai precisar carregar essa culpa.”
A história de Inamá e Arthur tinha sido marcada por uma outra epidemia global: a do vírus da zika, doença cujos sintomas a mãe identificou ainda durante a gravidez na cidade de Maracanaú, município de 209 mil habitantes na região metropolitana da capital cearense, onde mora com o marido e três filhas. A cidade tem 20 casos confirmados da covid-19, segundo a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (Sesa).
Arthur nasceu com microcefalia e outras alterações causadas pela síndrome congênita da zika que limitavam o desenvolvimento da criança, tanto física quanto intelectualmente. O mais grave e constante eram os problemas respiratórios: a pneumonia que matou Arthur, a mais forte de todas, foi a sétima que o menino teve em vida, lembra a mãe.
A notícia de que não era covid-19 a causa da morte do menino, veio tarde demais para evitar o que, para a mãe, é uma das lembranças mais traumáticas relacionadas à perda. Depois de seis dias sem ter tocado em um fio de cabelo sequer do filho e vendo-o apenas uma hora por dia através de uma vidraça, internado na UTI, Arthur foi enterrado também à distância da família, sem velório e sem roupas, já que a funerária recusou-se a vesti-lo. Ele foi colocado nu no pequeno caixão, sob risco de infecção.
A última imagem que a mãe teve do filho, ainda que sem tocá-lo, foi a do seu corpo sem vida levado em uma maca para a capela do hospital, quarta-feira (1).
“Vim para casa na terça-feira (31) já sabendo que ele poderia morrer a qualquer momento, a pressãozinha dele estava baixa e os órgãos estavam entrando em falência. Os médicos sempre foram muito sinceros comigo. Quando foi umas 23h30 me ligaram de lá, dizendo ‘mãe, venha pra cá, que a notícia não é boa’. Fui para lá rapidamente e, infelizmente, era a notícia que eu já esperava”, lembra.
“Às 7h da manhã fomos pegar o corpinho dele, e eu levei uma roupinha. Falaram não, a gente não vai poder vestir a roupa no seu filho, a gente não pode tocar o corpo dele. Ele vai para o caixão do jeito que ele está lá. O corpo estava na capela trancado e eu não pude nem ver o pessoal colocando o corpo dele no caixão”.
Fonte: Uol.

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