Blog do Adilson Ribeiro

Rio de Janeiro – Sexta Feira – 19:55 – Policial militar é denunciado por matar menino de 11 anos. Clique na foto abaixo e veja mais

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O Ministério Público do Rio denunciou o policial militar Bruno Oliveira dos Santos pelo assassinato do menino Patrick Ferreira de Queiroz, de 11 anos, no Complexo do Lins, Zona Norte do Rio, em janeiro de 2015. À época, o menino foi acusado por policiais militares da UPP da favela de apontar uma pistola na direção do agente. A denúncia foi elaborada pelo Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do MP. As promotoras que assinam o documento afirmam que Patrick foi vítima de um “justiçamento abjeto”, já que o policial “acreditava estar a vítima envolvida com o tráfico de entorpecentes no local”.

A investigação revelou que o policial mentiu em seu depoimento na 26ª DP (Todos os Santos) em abril de 2016, mais de um ano após o crime. Em seu relato, ele afirmou que, durante patrulhamento de rotina na favela, encontrou Patrick armado. O menino teria, ainda segundo o depoimento do agente, apontado uma pistola em sua direção. Ele ainda alegou que “neste momento, efetuou um disparo que atingiu o peito de Patrick, que estava de frente” para o policial. No entanto, o exame de necrópsia, obtido pelo EXTRA, derrubou a versão do agente: o tiro, segundo os peritos que elaboraram o laudo, entrou pelas costas do menino.

No dia do crime, os quatro policiais que participaram da ocorrência apresentaram na 25ª DP uma pistola calibre 9mm, um radiotransmissor e uma mochila com maconha, cocaína e crack e afirmaram que o material estava com o menino. À Justiça, o MP pediu o afastamento do cargo do policial que deu o disparo. Atualmente, o soldado Bruno Oliveira dos Santos é lotado na UPP Macacos, também na Zona Norte.

Uma semana após a morte de Patrick, o EXTRA revelou que o menino havia abandonado os estudos seis meses antes do crime. Segundo parentes, fora da escola, Patrick arranjou emprego de entregador numa birosca da favela.

Filho de um ajudante de caminhão com uma empregada doméstica, Patrick — ou Bebê Monstro, como era chamado pela família por causa do apetite voraz — perdeu a mãe, Maria, aos três anos de idade. A mulher foi vítima de um derrame aos 39 anos. Sem mãe e com o pai, Daniel Pinheiro de Queiroz, de 48 anos, trabalhando das 6h às 19h, Patrick cresceu sob os cuidados dos irmãos.

Uma semana antes de ser morto, Patrick foi detido e levado à 26ª DP (Todos os Santos) por PMs da UPP com munição para pistola e um radiocomunicador. Como o menino tinha menos de 12 anos, não pode sequer ser apreendido e foi liberado horas depois. Policiais da UPP afirmavam, na época do crime, que o menino exercia a função de olheiro do tráfico.

Patrick foi enterrado no no Cemitério do Catumbi no dia de seu aniversário, 17 de janeiro. Pouco antes do sepultamento, parentes cantaram “Parabéns para você” para o menino. O pai de Patrick, um dia depois do crime, afirmou que o filho não estava armado quando foi morto.

— Só vi ele com uma mochila e um radinho. E um policial com uma pistola na mão. Como um garoto de 11 anos vai ter pistola? — disse Daniel.

 

 

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