Blog do Adilson Ribeiro

Segunda-feira – 12:30 – Justiça autoriza pais a plantar maconha em casa para tratar filhos

Em uma audiência na Justiça, a bancária Maria Aparecida de Carvalho, 49, não hesitou. “Falei: Excelência, eu já estou plantando. E não me sinto criminosa por isso”. A planta em questão, mantida em casa, é a Cannabis, cujo cultivo é proibido pela lei brasileira.

É da harle-tsu –variedade da maconha com maior concentração de canabidiol, substância conhecida por efeitos terapêuticos e por não gerar efeito psicoativo– que vem o óleo artesanal extraído por ela para o tratamento da filha Clarian, 13.

A menina sofre com síndrome de Dravet, doença rara que provoca epilepsia, com risco de complicações graves.

No fim de dezembro, a Justiça fez com que a família de Clarian fosse uma das primeiras do país a conseguir um habeas corpus que os autoriza a cultivar maconha para uso próprio e medicinal.

A medida impede autoridades policiais de efetuar prisão em flagrante ou apreender e destruir as plantas, ações previstas na legislação.

“Não há a me Writing Studio bidiol) e o THC (tetrahidrocanabinol), por exemplo.

“Vamos verificar as concentrações dos extratos e ver como está indo o tratamento, ou seja, se podemos associar a resposta ao maior nível de algumas substâncias”, explica a professora-adjunta de farmácia Virgínia Carvalho, que coordena a proposta.

Segundo ela, muitos óleos importados anunciam nos rótulos maior proporção de canabidiol, mas há dúvidas sobre a real concentração.

A dúvida também ocorre porque o THC é visto com ressalva por alguns médicos pelo efeito psicoativo –o canabidiol já tem aval do Conselho Federal de Medicina para uso compassivo em crianças com epilepsia. Há casos, no entanto, em que o THC também tem sido indicado por médicos.

Após as decisões na Justiça, famílias que ganharam o aval para cultivo da maconha iniciaram uma campanha virtual para arrecadar recursos para o projeto da UFRJ. A ideia é obter R$ 60 mil, usados para compra de insumos para análise dos óleos. Já foram arrecadados R$ 17 mil. A ideia é investigar extratos usados em até 300 tratamentos.

Para o neuropediatra Eduardo Faveret, saber as concentrações é importante para o tratamento. “Na epilepsia, se muda um lote e a dose cai até 30%, isso pode gerar uma crise epiléptica e instabilidade”, diz.

Fonte: FolhaPress Writing Studio

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