Blog do Adilson Ribeiro

Sábado 10:00h – Mesmo após acordo, mulheres de PMs continuam nas portas dos batalhões e policiais não voltam às ruas no ES

A associação dos Oficiais Militares diz que a maioria dos PMs quer continuar nos batalhões. A Secretaria de Estado da Segurança Pública confirma que as ruas da Grande Vitória e do interior continuam sem a PM.

Representantes dos policiais militares e do Governo do Estado chegaram a um acordo, na noite desta sexta-feira (10), em uma reunião sem a participação das mulheres dos PMs que ocuparam a frente dos batalhões no estado.

“Não vimos nenhum movimento de volta da PM, só o governo pode falar. Rodamos alguns batalhões e havia bastantes resistência das mulheres e dos PMs. A maioria deles quer ficar nos batalhões”, afirmou o major Rogério Fernandes Lima, da Associação dos Oficiais Militares.

Segundo Lima, os policiais “se dizem revoltados com o secretário e com os governadores (em exercício e licenciado). Eles acham que as falas do governo são agressivas e ofendem as mulheres deles. Isso acabou acirrando os ânimos.”

Sobre uma possível volta à normalidade, o major disse que só diálogo é o caminho. “Só aposto no diálogo. Acho que é o melhor caminho. Qualquer medida contrária só vai agravar.”

Na porta do quartel de Maruípe, uma policial militar conversou com as manifestantes. Ela pediu para que as mulheres deixassem o local.

“Ontem nós recebemos uma ordem, e nós temos que dar um jeito. Nosso último recurso é querer algum problema. A gente sabe que são mães, mulheres grávidas, eu quero pedir de coração, encarecidamente para vocês saírem. Estamos todos aqui à flor da pele, nervosos. Oito horas a gente tem que estar lá. Não sei o que vai acontecer depois do que aconteceu ontem. Nós estamos precisando. O pessoal não está aguentando”, disse no vídeo.

Negociação
A negociação terminou sem reajuste salarial para a categoria, mas ficou acertado que o governo vai desistir das ações judiciais contra as associações e formar uma comissão para regulamentar carga horária dos policiais.

O secretário de Estado de Direitos Humanos, Julio Pompeu, disse que a paralisação precisa terminar. “Eu faço apelo para que os policiais voltem às suas atividades. O povo capixaba está cansado de ter medo. Chega. Chega”, afirmou.

Uma das manifestantes que ocupam a porta do Batalhão de Missões Especiais (BME), em Vitória, negou que o movimento tenha se encerrado após a reunião entre associações e Governo. Ela preferiu não se identificar na reportagem.

“Eles não podem fechar um acordo sendo que o movimento é das mulheres. Não tinha nenhuma de nós lá. A reunião tem que ser passada por nós da comissão. O movimento continua, agora é que começam as negociações, porque conseguimos mobilizar representantes do Governo Federal”, disse, referindo-se à vinda do ministro da Defesa, Raul Jungmann, para o estado neste sábado (11).

“É mais uma mentira. As associações nunca estiveram com nosso movimento. Estamos reunidas agora discutindo isso. Mas para as esposas o movimento continua”, disse outra manifestante.

A noiva de um policial militar disse que tudo não passa de uma “estratégia política para enfraquecer as mulheres”. “Soube que colocaram homens da Força Nacional para rodar com os carros da PM”, disse.

Secretário de Controle e Transparência, Eugênio Riccas; Secretário da Fazenda, Paulo Roberto Ferreira, Secretário de Direitos Humanos, Julio Pompeu; Secretário da Casa Civil, José Carlos da Fonseca Júnior; (Foto: Juliana Borges/ G1)

Associações
O major Rogério Fernandes Lima, presidente da Associação dos Oficiais Militares do Espírito Santo (Assomes), explicou que a proposta definida na reunião ainda será apresentada aos policiais militares

Rogério disse que este é um acordo firmado entre as associações e o Governo. “O militar não vai precisar atender ao acordo. Mas se ele não atender, poderá responder ao rigor da lei. Vamos rodar as unidades para conversar com policiais e militares e explicar a eles as implicações e penalidades das questões envolvidas”, disse.

O major ainda pontuou que as associações não têm nenhuma participação com o movimento, mas que protagonizaram essa negociação porque, segundo ele, “as mulheres [que organizam a manifestação], não têm personalidade jurídica para representá-las”.

Fernandes explicou que “as associações são os únicos entes legitimados a fechar esse acordo. Fizemos isso para evitar que os policiais sejam punidos”.

“Acredito que haverá anistia para os policiais que já foram indiciados, caso o Congresso Nacional lute por isso”, disse o Major Rogério.

Rogério disse que acredita que os militares conseguiram chegar a um bom termo até as 7h. “Vamos conversar com os policiais e, se for preciso, vou virar a noite e rodar todas as unidades. Essa decisão vai garantir o emprego deles. Um processo, seja ele criminal ou administrativo, sempre é um peso para um policial militar, pois não se sabe a decisão. Geralmente esses processos se resolvem em 30 dias, então pode ser quem em 30 dias tenhamos menos policiais”, disse o Major Rogério.

Ele também disse que as mulheres mandaram um grande rec Writing Studio associações (Foto: Reprodução / Internet)” width=”590″ height=”1048″ />

Ata de reunião de negociação entre governo e associações (Foto: Reprodução / Internet)

 

 

Roubos e prejuízos
A Federação do Comércio atualizou os números do prejuízo com a crise. E, até esta sexta-feira, o prejuízo com o comércio fechado desde segunda-feira (6), chega a R$ 300 milhões.

Mais de 300 lojas foram saqueadas no estado, sendo 200 só na Grande Vitória. O presidente da Federação, José Lino Sepulcri acredita que 20% das lojas abriram nesta sexta-feira na Grande Vitória (veja o que abre e fecha no ES nesta sexta).

Desde a saída dos PMs das ruas, a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Vitória contabiliza mais de 170 veículos roubados. Só na segunda-feira (6), foram abertas mais de 200 ocorrências naquela delegacia.

Nesta sexta-feira, policiais civis do Espírito Santo participam de uma megaoperação para recuperar carros que foram roubados e estão abandonados na região metropolitana.

 

Fonte: G1 ES Writing Studio

Um comentário sobre “Sábado 10:00h – Mesmo após acordo, mulheres de PMs continuam nas portas dos batalhões e policiais não voltam às ruas no ES

  1. Mouraci Stephen Carecho

    UM NÃO SABE DO OUTRO E CADA QUAL IMAGINA-SE PROTEGIDO PELO PODER DO CAPITAL ESCUSO…

    Todo mundo conhece aquele tipo de pessoa que domina a arte de colocar uns contra os outros. Como isso é possível?Tal pessoa age fazendo a cabeça de muitas outras, sempre com o ânimo de quem está trazendo a boa nova em primeira mão, aguçando o orgulho íntimo de cada um e simultaneamente empolgando e encorajando a todos no sentido de se moverem em função de uma ideia específica, até que num determinado momento a contenda lastra-se. Diz-se que isso é coisa de gente fofoqueira, desqualificada e mau caráter.
    Pois bem, alguém é capaz de imaginar que no centro do poder mundial, um grupo domina a tudo e todos exatamente dentro desse mesmo modus operandi? Inacreditável para a maioria das pessoas, porque o luxo e a riqueza que permeiam as vidas dessas elites fazem supor que são pessoas seletas e de alto nível de intelecto e moral. Porém, para aqueles que procuram entender melhor a raiz do que acontece no mundo atual, a verdade se torna cristalina diante dos seus olhos.
    No sistema sócio-econômico nada se move sem uma devida orientação e um respectivo patrocínio. Nada se faz sem dinheiro e somente quem dispõe do dinheiro está apto a agir. Quem está com o dinheiro, automaticamente está com o instrumento e quem tem o instrumento pode facilmente dispor dos mecanismos de ação. E nesse caso,os gerenciadores orientam e patrocinam todo o tipo de coisa e atividade, de A a Z.
    Cada setor do sistema, do bem e do mal, tem a sua cartilha que é escrita e distribuída pelos mesmos agentes e cada cabeça de cada setor tem a nítida sensação de que é o único protegido por essa força do capital escuso. Mal sabe João, que José também mal sabia, que Pedro mal soube que Maria mal saberá…assim se constrói o caos.

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