Blog do Adilson Ribeiro

Itaperuna – Terça Feira 07:50h – EMPRESAS QUE PERDEM TALENTOS – Por Leandro Levone

Muitas empresas parecem viver um estágio de letargia, de hibernação. Durante meses, algumas vezes anos, envoltas em seu dia a dia acabam negligenciando um dos principais fatores de suc Writing Studio al o meu papel nesta empresa e onde posso dar meu melhor?

 

Muitos gestores não dedicam o tempo necessário para montar o Job description de suas áreas, muito menos no momento que recorrem ao RH, empresas de recrutamento e seleção ou headhunters para vagas mais seniors. Definir o Core Business da área que atua é fugir da armadilha de ficar enrolado numa montanha de projetos que muitas vezes não deveriam nem ter começado.

É muito comum um colaborador, novo ou não, esbarrar em tarefas ou atividades que nada tem a ver com o Job description que os atraiu, muito menos com a entrevista que participaram.

Para ampliar o quadro para pior, equipes constituídas e em pleno vôo se deparam com informações e diretivas contraditórias tirando muitas vezes o chão de quem estava performando, pronto para dar o melhor de si na finalização e consolidação de seus projetos.

Tenho acompanhado grupos de profissionais que voltam para casa todos os dias se perguntando de o porquê estarem envolvidos em determinados projetos e o quanto contraditório tem sido a atuação de suas áreas entre o que se fala e o que se pratica.

Vejo profissionais mergulhados em infinitas reuniões, uma após a outra onde em mais de 70% dos casos, tecem comentários do tipo: “Que perda de tempo, reunião chata e sem propósito, finalmente vou sentar na minha mesa para fazer o que precisa ser feito, passo a maior parte de meu tempo útil de trabalho montando apresentações para falar a mesma coisa ou justificar o que já se sabe…” Estas e outras questões permeiam o pensamento dos colaboradores 24 horas, 07 dias por semana.

 

(3) Autoritarismo e arrogância são mais comuns do que se imagina.

 

A correria do dia a dia, distrações, pressões por resultados, questões pessoais, falta de preparo profissional, medo, ego, a lista é enorme. Estas e outras, são as principais razões de tanto autoritarismo e arrogância dentro das empresas e de todas elas eu diria que o ego é o principal aniquilador de talentos. É incrível como muitos profissionais tem a síndrome do Bozó (personagem de Chico Anísio), muitos, da noite para o dia mudam de forma drástica. Antes colegas leais e participativos, agora acreditam que devem assumir uma nova postura, mais parece que ascenderam para uma casta nobre perdendo a chance de se tornarem ótimos colegas e talvez grandes líderes.

Outro grupo bem conhecido são os experts. Conhecidos como dominantes de suas próprias verdades, alguns chegam ao extremo quando diante de uma equipe com mais de duzentos colaboradores proclama seu conhecimento como soberano.

Estes, acabam esquecendo que dois pensam melhor que um, três melhor que dois e assim por diante. Toda essa expertise vai ralo abaixo logo que percebe, que já que ele sabe tanto, 100 de sua equipe andam em marcha lenta, outros 50 ainda não entenderam nada e os outros 50 literalmente estão de braços cruzados esperando o circo pegar fogo. Autoritarismo e arrogância são um espelho que só reflete a autoimagem de quem vê somente a si próprio, sem perceber que ao quebrar o espelho é somente sua autoimagem que se desfaz e lá se foi mais um chefe insuportável e muitos talentos no meio do caminho.

 

(4) Feedback do medo

 

Simples assim, você deve viver isso na pele, basta falar em feedback e todos começam a tremer, ainda mais quando vem recheado de uma técnica de feedback que inicia elogiando e começa de verdade com MAS… Não é nada raro no ser humano enfatizar o erro ao invés de valorizar os acertos. Feedback deveria ser diário e de preferência positivo pois ninguém gosta de ser o patinho feio, as pessoas gostam de se espelhar em vencedores, não em perdedores. Feedback mal feito é como uma praga, só dissemina o terror.

 

(5) Quem aponta erros é punido ou banido

 

Como Vincente Falconi aponta, a política de enfrentamento pode ser mais positiva que parece. Quem aponta os erros é punido, quem fica na zona de conforto é premiado. Tudo errado, uma equipe forte é exatamente uma equipe de autocrítica, claro quando bem dosada, muitos tem a síndrome da Hiena do desenho da Hanna Barbera “Oh vida Oh dor” Uma vez nesse círculo só reclamam e nada constroem.

 

(6) Aniquiladores da criatividade

 

Não muito raro aparece aquele funcionário com uma ideia que imediatamente é rebatida, aquele funcionário ou equipe que apresenta um projeto de produto que utiliza a captura de imagens por exemplo de forma digital e a empresa sentada em cima de sua história rebate: Isso canibaliza nosso negócio”.

Parece brincadeira mas foi o que aconteceu na Kodak. A câmera digital foi criada dentro da Kodak e hoje a empresa se resumiu praticamente a pó.

 

(7) 10, 15, 20 anos de empresa e uma medalhinha

 

Vejo muitas, mas muitas empresas laureando seus colaboradores. Uma festa, um diploma, uma medalhinha de ouro. Foram anos de dedicação e resultados, nada mais justo que fazer uma média de pontuação de desempenho em todos esses anos e dar uma engordadinha no bônus para que o colaborador possa levar a família para gozar umas boas férias ou comprar algo que deseja a muito tempo. Medalhinha é nada mais que dizer: “Obrigado você não fez nada além de sua obrigação!”

 

Afinal reter talentos para quê?

 

Porque é o capital humano da empresa, são nossos melhores colaboradores, nosso capital intelectual. É verdade, mas talvez ao invés de reter talentos simplesmente as empresas eliminassem de vez com o que já é sabido de todos. Nada do que foi dito acima é novidade, faz parte do dia a dia dos profissionais e das empresas.

Que tal disseminar uma cultura realmente onde a meritocracia seja aplicada, onde favoritismos sejam eliminados, onde profissionais qualificados sejam reconhecidos, onde a missão e valores da empresa de fato estejam presentes e não simplesmente nos cartazes nas paredes da empresa. Onde os funcionários desempenhem suas funções conscientes de que eles precisam, e muito fazer sua parte, de que não é papel apenas da empresa criar os meios e fazê-los manter mas sim de todos os envolvidos, acionistas, gestores e colaboradores.

Ninguém abandona terreno fértil e próspero, agradável e enriquecedor, ninguém abandona a empresa dos sonhos.

Precisamos acordar para o fato de que estamos olhando na direção errada, criando plano após plano para reter pessoas quando na verdade devemos atacar as causas e não os sintomas que nos fazem perder talentos todos os dias.

 

Vamos Refletir sobre Isso!!!!

 

Leandro B. Levone (*)

 

Leandro Bazeth Levone é Administrador de Empresas, Coach, Professor Universitário, Coordenador do MBA em Gestão Pública da CIMPRO, Palestrante, Consultor de Negócios e Consultor Governamental, com Mestrado em Economia Empresarial pela UCAM, é Mestrando em Gestão Regional e Planejamento de Cidades pela UCAM, Pós-graduado em Gestão e Desenvolvimento Empresarial pela UFRJ, especialista – pós-graduado em Direito Público pelo IDP – Instituto Brasiliense de Direito Público, pós-graduado – MBA Executivo Internacional em Gestão de Projetos na Fundação Getúlio Vargas e cursa uma pós-graduação em Teologia Internacional. Foi Secretário Municipal de Administração do Município de Natividade de dezembro de 2006 a julho de 2010, ano em que se tornou Secretário Municipal de Administração, Fazenda e Planejamento em Natividade onde permaneceu até maio de 2015 e foi Professor convidado nos cursos de Pós-graduação Lato Sensu – MBA da FACC-UFRJ (Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio de Janeiro) por 02 (dois) anos.

 

 

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