Blog do Adilson Ribeiro

Brasil – Terça Feira – 10:50 – Ao tentar se aposentar mulher descobre que está já estava “morta”. Clique na foto abaixo e veja mais

Em registros da Prefeitura ela está morta, porém, boleto de IPTU chega anualmente à sua casa

Em 2010, quando ouviu de colegas que, levando em consideração a sua idade e seu tempo de serviço, ela poderia se aposentar, a enfermeira Begail Eufrásia de Farias foi logo em busca de um registro do tempo trabalhado na Prefeitura de Cuiabá. O objetivo era somar mais um vínculo empregatício à papelada do INSS, necessária para se aposentar.

Ao receber em mãos o documento impresso no setor de Recursos Humanos do município, porém, percebeu uma sucessão de erros. Parecia que, para cumprir tabela, informações aleatórias foram adicionadas ao relatório de provimento da servidora. O que era para ser apenas um passo na burocracia rumo à aposentadoria, revelou-se o começo de um outro problema. Essa sucessão de erros foi concluída com o pior de todos: segundo essa papelada da Prefeitura, ela já estaria morta!

Writing Studio o de Saúde disseram para ela que dava para se aposentar – segundo o sistema previdenciário da época – ela se animou e se mobilizou para levantar a documentação. “Á época podia somar tempo de serviço mais a idade. E então fui atrás de todos meus vínculos empregatícios”

Assim, na época, ao procurar a Prefeitura pela primeira vez, descobriu então, que ela não estava nos registros e que eles poderiam ir mais a fundo na pesquisa se eu apresentasse um holerite. “Imagina se eu tinha holerite de tanto tempo atrás”.

“Eles disseram que se não houvesse algum documento que comprovasse que ela havia trabalhado lá, ela teria que procurar no arquivo morto. Me contaram que o lugar parecia um mausoléu, com salas cheias de documentos acondicionados em sacos de lixo do tipo sanito, eu acabei largando mão de tão difícil que ia ser e nem que eu quisesse. Tenho asma e minha situação se complicaria, sem contar que não tinha autorização”.

Mas foi então que, remexendo caixas antigas em casa, no início de 2010, encontrou um destes documentos. “Fui à Prefeitura e descobri que eu havia morrido”, lembra, indignada.  Recentemente, orientada por advogada entrevistada por uma TV local que produziu reportagem sobre o caso, foi ao cartório e emitiu nova certidão de nascimento para provar que não havia nada sobre eventual óbito. “Também busquei apoio da Defensoria, infelizmente perdi dois anos até que me falassem que eu não poderia contar com a ajuda deles, já que eu ganhava mais que R$1.500,00”.

Viva para pagar as contas

“Não acho justo ter largado meu filho na mão dos outros a vida toda e não poder contar com essa ajuda. Para receber meus benefícios estou morta, mas para pagar IPTU, estou bem viva, não é mesmo? Contas chegam o mês todo para eu pagar. Mas eu tenho fé que Deus vai me ajudar”.

Begail conta que voltou à Prefeitura em novembro do ano passado e entregou documentação para um novo advogado. O LIVRE consultou o secretário-adjunto de Previdência de Cuiabá – Cuiabá-Prev, Fernando Jorge Mendes que se comprometeu a analisar o caso. Ele pediu que ela o procure para que possam resolver a situação. O LIVRE vai acompanhar os desdobramentos.

Bega desafa:

Metrópoles Writing Studio

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