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Eleições 2018 – Unig Lugar de gente Inteligente informa: Domingo – 19:20 – Jair Bolsonaro é eleito presidente do Brasil. Clique na foto abaixo e veja mais

O candidato do PSL não pode mais ser ultrapassado pelo candidato do PT, Fernando Haddad

 

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), de 63 anos, capitão reformado do Exército, foi eleito presidente da República pela maioria do eleitorado. Com 92% das urnas apuradas, ele tem 55,63% dos votos válidos, e não pode mais ser ultrapassado pelo candidato do PT, Fernando Haddad, que está no momento com 44,87%. Depois de sete mandatos e 28 anos no Congresso Nacional, o parlamentar chega ao mais alto cargo do país depois de canalizar a frustração de parte do eleitorado brasileiro com a corrupção sistêmica. Conheça a biografia do homem que vai governar o Brasil até 2022.

Em novembro de 1988, Jair Bolsonaro foi eleito para o seu primeiro cargo público – o 18º mais votado para a Câmara Municipal do Rio, com 3.046 votos –, em campanha movida a santinhos feitos em máquina de xerox na sala de casa e camisas pintadas à mão. No desfecho de uma campanha presidencial marcada por correntes de Whatsapp e vídeos caseiros transmitidos da própria sala, Jair Messias Bolsonaro, de 63 anos, foi eleito para o mais alto cargo da República, com mais de 50 milhões de votos.

Três décadas separam as duas eleições, mas mostram um jeito sui generis de fazer campanha política. A história da primeira campanha é contada por ele e pelos filhos para mostrar como o capitão da reserva gosta de “fazer tudo sozinho” e ter controle da própria carreira política. Em 1988, ele havia sido mandado para a reserva, depois de ser absolvido pelo Superior Tribunal Militar (STM) por planejar ataque à bomba nos banheiros da Vila Militar, em Resende (RJ). A intenção era chamar a atenção para os baixos salários, protesto que já o havia levado à prisão por 15 dias, em 1986, quando expôs os problemas na imprensa nacional.

Com a bandeira de melhoria do soldo, o militar reformado ingressou na política. Diante de candidaturas mais robustas como de Alfredo Sirkis (um dos fundadores do Partido Verde), Chico Alencar (PT), Sérgio Cabral Filho (PSB) e dos candidatos do PDT, impulsionados pela influência de Leonel Brizola, Bolsonaro conseguiu uma das cadeiras na Câmara, com pouco mais de 3 mil votos, em campanha de poucos recursos pelo nanico Partido Democrata Cristão (PDC).

Dois anos na Câmara Municipal do Rio e sete mandatos na Câmara dos Deputados depois (desde 1991, de forma ininterrupta, totalizando 27 anos em Brasília), Jair Bolsonaro chega à Presidência da República com candidatura outsider, uma terceira via, preenchendo lacuna deixada pelo desgaste do PT, envolvido em escândalos de corrupção, e do PSDB, também enfraquecido, que teve votação inexpressiva com Geraldo Alckmin no primeiro turno. O candidato do PSL canalizou as frustrações de parte do eleitorado em momento marcado pelo antipetismo e pela desmoralização da política.

Embora a candidatura do deputado federal pelo Rio tenha sido oficializada em 22 de junho – pelo Partido Social Liberal (PSL), depois de um flerte com o Patriota –, o nome de Bolsonaro veio tomando força nos últimos cinco anos, desde os protestos de 2013, e ganhou musculatura na esteira das manifestações pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff, quando votou pelo impedimento invocando o nome do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa (DOI-Codi). A atitude gerou revolta no meio político, especialmente entre os políticos de esquerda, muitos deles perseguidos e torturados pela ditadura.

Nos últimos anos, Bolsonaro surfou na onda conservadora – fenômeno global – e se valeu da popularidade nas redes sociais, que cresceu com suas posições e aparições em programas de TV – dos humorísticos Pânico e CQC ao programa de Luciana Gimenez, na RedeTV. De meados de 2016 às eleições, viu seu número de seguidores multiplicar no Facebook, de 3 milhões para 7,8 milhões de curtidas. Desde que levou facada no abdome, em ato de campanha, em Juiz de Fora, passou a fazer transmissões ao vivo pela rede social, em cenário improvisado em casa. As lives chegam a ter mais de 6 milhões de visualizações e dividem espaço com trechos de palestras, discursos e montagens enviadas pelos apoiadores – boa parte delas com críticas ao PT e seu candidato, Fernando Haddad, e às pautas defendidas pela militância de esquerda.

Impossibilitado de fazer campanha nas ruas, os três filhos mais velhos assumiram ainda mais a função de porta-vozes do discurso do pai. São eles, pela ordem de idade, Flávio, de 37 anos, eleito senador, mais votado no Rio (4.380.418 votos); Carlos, de 35, vereador no Rio; e Eduardo, de 34, o deputado federal mais votado da história (1.843.735), por São Paulo. Os três são fruto do primeiro casamento com Rogéria Nantes. Com a segunda esposa, Jair tem outro filho, Renan; e da terceira e atual, Michelle, tem Laura, a única mulher, que o deputado federal tratou como “fraquejada”, em palestra, em setembro de 2017. Diante das críticas, disse se tratar de uma brincadeira.

Os filhos, especialmente Carlos, ajudam o pai a administrar as redes sociais. A popularidade da família foi ainda mais impulsionada em grupos de WhatsApp – alvo de polêmica na reta final das eleições, depois que reportagem da Folha de S. Paulo afirmou que empresários chegaram a gastar R$ 12 milhões para impulsionar mensagens a favor do candidato e contra o PT. Flávio Bolsonaro chegou a ter o número banido, por comportamento de spam. Depois, afirmou que o número foi liberado.

CARREIRA MILITAR

Bolsonaro é o primeiro candidato de extrema-direita Writing Studio 995), PPB (1995-2003), PTB (2003-2005), PFL (2005), PP (2005-2016), PSC (2016-217) e PSL (2018).

Em 27 anos no Congresso, foi autor de 162 projetos, segundo o Portal da Câmara dos Deputados, sendo dois deles aprovados: um prorrogando benefícios fiscais ao setor de informática, outro autorizando o uso de fosfoetanolamina, conhecida como “pílula do câncer”. Os outros projetos de lei são diversos, que vão de escrever o nome de Enéas Carneiro no Livro de Heróis da Pátria (PL 7699/2017) a nomear o mar brasileiro de “Mar Presidente Médici” (PL 443/2015), em homenagem ao General Emílio Garrastazu Médici, presidente de 1969 a 1974.

Também ficou marcado por posições como em 1999, quando disse que era preciso “matar 30 mil” para solucionar o problema do Brasil, e, em 2014, por dizer à deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) que não a estupraria porque “ela não merecia” – motivo de um de seus dois processos, por injúria, no Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2014, Bolsonaro teve sua maior votação para deputado federal, com 464 mil votos – o mais votado do Rio. Com mais de 50 milhões de votos, aos 63 anos, Jair Bolsonaro foi eleito o presidente do Brasil, com posse marcada para 1º de janeiro.

LINHA DO TEMPO
21/3/1955 Nasce em Glicério, interior de São Paulo, filho de um dentista prático e uma dona de casa, que tiveram outros cinco filhos.

1966 Depois de morar em diversas cidades do interior paulista, a família se estabelece em Eldorado, no Vale da Ribeira, sul do estado. Com 12 anos, ganha dinheiro com pesca e extração de palmito

1970 Por conhecer as matas do Vale da Ribeira, passa a colaborar com o Exército que estava atrás do ex-capitaão do Exército e guerrilheiro Carlos Lamarca

1972 Forma-se como técnico eletricista por correspondência

1973 É aprovado para a Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ)

1981 Nasce Flávio, o primeiro de três filhos com Rogéria Nantes. Teria ainda Carlos (1981) e Eduardo (1984), hoje, todos no Legislativo.

1982 Cursa educação física no Exército e, em seguida, passa a servir no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista, em Deodoro, no Rio.

1986 É preso por 15 dias depois de denunciar baixos salários, e absolvido dois anos depois

1987 Idealiza ataque à bomba de baixa potência em banheiros da Vila Militar, em Resende (RJ), para protestar pela melhoria do soldo

1988 Superior Tribunal Militar (STM) absolve Bolsonaro, que é mandado para a reserva. Em novembro, é eleito vereador no Rio de Janeiro pelo Partido Democrata Cristão (PDC)

1990 É eleito para o primeiro de sete mandatos sucessivos, passando por oito partidos até chegar ao PSL este ano.

2005 Concorre à presidência da Câmara pela primeira vez, sem sucesso. Tenta ainda em 2011 e 2017, todos com votação inexpressiva

2014 É reeleito para a Câmara dos Deputados com 465.572 votos, o mais votado do Rio

2016 Na votação do impeachment de Dilma Rousseff, exalta a memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado em 2008 por sequestro e tortura durante a ditadura militar

Vira réu no Supremo Tribunal Federal por incitação ao estupro e injúria por episódio envolvendo a deputada Maria do Rosário (PT-RS)

22/7/2018 PSL lança oficialmente candidatura de Jair Bolsonaro

6/9/2018 Leva facada na região do abdome durante ato de campanha em Juiz de Fora

7/10/2018 Obtém 49.276.990 votos (46,03% dos válidos) no primeiro turno

28/10/2018 É eleito Presidente da República com … votos

 

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