Blog do Adilson Ribeiro

Quinta feira 12:58 – “Eu nunca imaginei, nem nos meus piores pesadelos, participar de uma missa pela alma da minha filha assassinada”, disse Antônio Francisco, pai de Marielle Franco. Clique na imagem abaixo veja mais fotos e saiba mais informações…

Homenagens a Marielle ocupam diversos pontos do Rio

Uma série de homenagens à vereadora Marielle Franco e ao motorista Anderson Gomes acontecem no Rio de janeiro nesta quinta-feira (14), quando as mortes completam um ano.

Essa semana foram presos o PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, executor e motorista que dirigiu o carro que perseguiu a parlamentar. A maioria dos atos, no entanto, cobra respostas que ainda não foram dadas, como a identificação dos possíveis mandantes.

Por volta das 8h, um ato na Cinelândia espalhou flores pelas escadarias pela Câmara de Vereadores, onde Marielle trabalhava. Uma faixa amanheceu estendida na fachada do prédio.

Às 9h, manifestação silenciosa nas escadarias do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia legislativa do Rio de janeiro (Alerj), na Praça 15. Ao todo, 365 girassóis foram espalhados pelas escadarias representando os 365 dias sem a vereadora.

“O girassol foi a primeira flor que ela recebeu quando começou a fazer campanha. Ela adotou essa flor como símbolo da campanha dela. O girassol é uma flor que não morre, vira semente”, explicou Rogéria Peixinho, uma das organizadoras da homenagem e assessora da deputada Monica Francisco.

Homenagem a Marielle Franco na escadaria da Alerj — Foto: Alba Valéria Mendonça / G1

Homenagem a Marielle Franco na escadaria da Alerj — Foto: Alba Valéria Mendonça

Às 10h, uma missa pela memória de Marielle e Anderson, na Igreja da Candelária, foi celebrada pelo Monsenhor Manangão, que afirmou que, quando se vê diante de ações loucas com o Marielle, Suzano, Brumadinho, lembra de uma frase do Papa.

“Quando o ser humano se deixa levar e tragar por ações de violência, é porque ele perdeu sua humanidade”, garantiu.

Antes da cerimônia, o pai da vereadora voltou a cobrar explicações sobre a motivação do crime e possíveis mandantes.

“Para nós é um acalento porque isso demonstra a grandeza que Marielle teve. O reconhecimento, no Brasil e no mundo, para nós é muito importante. Eu nunca imaginei, nem nos meus piores pesadelos, participar de uma missa pela alma da minha filha assassinada. Nunca, nunca imaginei. Hoje está muito doído. Hoje, estou com um sentimento de perda muito maior que todos esses 365 dias desde o assassinato dela. Algumas perguntas ainda permanecem sem resposta: quem mandou e por que mataram Marielle?”, garantiu Antônio, ao lado do babalaô Ivanir dos Santos.

O deputado federal Marcelo Freixo, que desde 2002 trabalhava com Marielle, participou da missa e também cobrou respostas. “A pessoa que apertou o gatilho não foi quem matou a Marielle. Quem matou a Marielle foi quem mandou matar. Não temos dúvida nenhuma que esse passo foi importante – pena que levou um ano para isso, foram muitos os erros. Mas esse passo só tem valia se descobrirem quem mandou matar. Que grupo acredita que matar alguém é forma de fazer política no Rio de Janeiro em pleno século XXI?”, questionou o parlamentar.

Ainda segundo Freixo, a dor pela perda de Marielle deve ser transformada em luta, justiça e mudança. Para ele, as investigações sobre o caso revelaram problemas de muitos anos no Rio de Janeiro.

“Não foram problemas específicos só da investigação da Marielle. Os problemas que a investigação do assassinato enfrentou e teve são estruturais do Rio de Janeiro. Espero que essa morte brutal da Marielle sirva para mudarmos a segurança pública no Rio de Janeiro. Sirva para que ninguém nunca mais elogie milícia, sirva para que nunca mais a polícia possa se alimentar das milícias, sirva para que determinados grupos de criminosos não sejam protegidos pela segurança pública. Esperamos uma mudança muito profunda. Marielle não volta, mas aquilo que fez a gente perder a Marielle tem que mudar o mundo e tem que mudar o Rio de Janeiro.”, garantiu.

Igreja da Candelária lotada em missa em homenagem a vereadora Marielle Franco — Foto: Alba Valéria Mendonça / G1

Igreja da Candelária lotada em missa em homenagem a vereadora Marielle Franco — Foto: Alba Valéria Mendonça

Na parte da tarde, na Cinelândia, às 14hs, acontecerá um ato público na porta da Câmara dos Vereadores, com uma aula pública. No fim do dia, por volta das 18hs, um ato político cultural também será realizado no local, Cinelândia.

Ainda estão previstas a mesma homenagem em outras praças como General Glicério, em Laranjeiras; Largo das Neves, em Santa Teresa; Cardeal Arcoverde, em Copacabana; Largo da Carioca, no Centro; Praça do Ringue, em Santa Cruz; e na Praça do Estácio – local do crime.

Prisões

Além das duas prisões de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, os agentes também cumpriram 32 mandados de busca e apreensão e apreenderam celulares, computadores e documentos. Na ação, foram encontrados 117 fuzis incompletos, do tipo M-16, e 500 munições na casa de um amigo de Ronnie, no Méier, Zona Norte da cidade.

As armas, todas novas, estavam desmontadas em caixas em um guarda-roupas – só faltavam os canos. O dono da casa, Alexandre Mota de Souza, afirmou para os policiais que Ronnie, seu amigo de infância, entregou as caixas, e pediu para guardá-las e não abri-las. Alexandre acabou preso sob a suspeita de tráfico de armas. A polícia chegou nele rastreando um barco que seria de Ronnie e estaria no nome do amigo.

A operação desta terça foi batizada de Lume em referência a uma praça no Centro do Rio, conhecida como Buraco do Lume, onde Marielle desenvolvia um projeto chamado Lume Feminista. No local, ela também costumava se reunir com outros defensores dos direitos humanos e integrantes do PSOL.

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Homenagem Marielle no centro do rio — Foto: Sergio Moraes/Reuters

Parlamentares fazem homenagem para Marielle Franco na frente da Alerj — Foto: Arquivo pessoal

Parlamentares fazem homenagem para Marielle Franco na frente da Alerj — Foto: Arquivo pessoal

Pai de Marielle Franco participa de missa de um ano da morte da vereadora — Foto: Alba Valéria Mendonça / G1

Pai de Marielle Franco participa de missa de um ano da morte da vereadora — Foto: Alba Valéria Mendonça

Homenagem à vereadora assassinada há um ano — Foto: Arquivo pessoal

Homenagem à vereadora assassinada há um ano — Foto: Arquivo pessoal
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Missa na Igreja da Candelária em homenagem a Marielle Franco — Foto: Diego Haidar /

Fonte: G1

 

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Um comentário sobre “Quinta feira 12:58 – “Eu nunca imaginei, nem nos meus piores pesadelos, participar de uma missa pela alma da minha filha assassinada”, disse Antônio Francisco, pai de Marielle Franco. Clique na imagem abaixo veja mais fotos e saiba mais informações…

  1. Carol

    Muitas pessoas são assassinadas todos os dias e deveria ter o mesmo tratamento por parte da mídia, afinal ninguém é melhor do que ninguém e a lei deveria ser igual para todos.

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