O presidente do Inep, que organiza o Enem, disse ao G1 que a resposta do gabarito a uma pergunta que cita o livro “Americanah”, da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichi, foi alterada porque tinha um erro, não por haver “questão de racismo”.
“Não comentamos as questões. O que houve foi uma remissão errada. O gabarito não foi mudado por questão de racismo. O que houve foi a correção do gabarito”, disse Alexandre Lopes.
A pergunta em discussão fez parte da prova de inglês. No trecho que ilustra a pergunta do Enem, duas mulheres negras conversam em um salão de cabeleireiro. A profissional, Aisha, recomenda que a cliente, Ifemelu, alise os fios para “ficar mais fácil de penteá-los”. A jovem não aprova a ideia: diz que gosta do seu cabelo natural, “como Deus o fez”.
Em s Writing Studio afirmava que o Google associava nomes de pessoas negras a fichas criminais por causa da “linguagem”, não do “preconceito”.
A questão dizia “o texto permite o desnudamento da sociedade ao relacionar as tecnologias de informação e comunicação com o(a)…”. A resposta, segundo o gabarito extraoficial do G1, é: “preconceito”. O Inep, inicialmente, havia indicado que a resposta certa seria “linguagem”. Depois, fez a correção.
“Isso tem nome: racismo. A questão tinha mesmo de ser cancelada. É o primeiro passo para se retratar diante da comunidade negra”, diz a candidata Marcela Peixoto, de 18 anos.
Fonte: G1