Blog do Adilson Ribeiro

Quarta-Feira – 23:18 – A carga da pandemia para quem trabalha nos crematórios da Índia. Veja Abaixo:

Enquanto o número de mortes por coronavírus bate recordes diários no país, os responsáveis por lidar com os cadáveres têm que enfrentar condições de trabalho precárias e riscos de contágio maiores.São 9h da manhã, e Arvind Gaekwad e Gautam Ingle, funcionários de um crematório, descansam antes de começar mais um turno agitado. “Um corpo está a caminho e outros devem chegar ainda hoje”, comentam à DW. Eles trabalham num crematório hindu em Turbhe, nas cercanias de Mumbai, no estado indiano de Maharashtra.

Gautam e Arvind foram informados pelos parentes que não se trata de uma morte provocada por coronavírus. O atestado de óbito, no entanto, dá como causa da morte choque séptico causado por síndrome do desconforto respiratório agudo, que frequentemente mata pacientes de covid-19.

Após a morte, os familiares não realizaram o teste de RT-PCR para detectar a presença do vírus. Em vez disso, simplesmente Writing Studio s ter certeza de que o saco que envolvia o corpo esteja livre do vírus. Os fluidos corporais contêm bactérias e vírus nocivos.”

Singh também comenta que, em lugares como Uttar Pradesh e Nova Délhi, onde ocorriam cremações em massa, os funcionários do crematório literalmente retiravam os corpos semi-incinerados da pira para abrir caminho a outros.

Esse manuseio impróprio de cadáveres exumados também expõe os trabalhadores a doenças perigosas. Ele acrescentou que os crematórios muçulmanos e cristãos, onde os corpos são enterrados antes da queima, também expõem os trabalhadores a infecções.

“Em vários crematórios, uma vez que o corpo está enterrado e começa a se deteriorar, ele é removido e levado para outro local. Este cadáver é uma imensa fonte de infecção.”

Sofrimento psicológico

Os trabalhadores do crematório de Turbhe relatam que a atual onda da pandemia tem afetado sua saúde mental.

“Trabalhamos sem parar em março e abril. Chegavam literalmente de 20 a 25 corpos por hora. Ambulâncias se alinhavam do lado de fora do crematório. Não tínhamos tempo para comer nem beber água. Nosso pagamento não compensou a quantidade de trabalho que fizemos nesses dois meses”, afirma Arvind.

Ele tem medo de contrair o novo coronavírus. “Não sei muito sobre a doença, mas tenho visto os cadáveres. Se é essa a condição de quem morre de covid, então não quero ser um deles. Todos os dias acordo pensando se será hoje que vou pegar o vírus.”

“Se me sinto sobrecarregado emocionalmente, posso tirar um ou dois dias de folga. Depois disso, tenho que voltar ao trabalho, caso contrário o empregador desconta do meu salário”, acrescenta. “Trabalho aqui há quase 20 anos, mas ainda não me tornei funcionário fixo. Nunca quis fazer esse trabalho, mas as dificuldades econômicas me obrigaram a aceitar. Foram as bênçãos da minha família que me salvaram da covid até agora.”

 

 

Fonte: ISTOÉ

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