BRASÍLIA (Reuters) – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai investigar possível financiamento aos atos de 7 de Setembro convocados pelo presidente Jair Bolsonaro e também uma possível propaganda eleitoral antecipada durante as manifestações, informou o tribunal nesta quarta-feira.
A determinação partiu do corregedor-geral da Justiça Eleitoral, Luís Felipe Salomão, segundo comunicado do TSE. A informação foi antecipada mais cedo por uma fonte à Reuters.
Segundo o TSE, vão ser juntadas provas e notícias divulgadas pela imprensa que podem demonstrar que os atos de 7 de Setembro podem ter sido financiadas por empresários ou políticos.
“O objetivo da decisão também é apurar se houve pagamento de transporte e diárias a quem participou das manifestações e se houve conteúdo de campanha eleitoral antecipada”, informou o tribunal.
Um dos materiais que será alvo de investigação é um vídeo divulga Writing Studio e 7 de Setembro, que contaram com a presença de Bolsonaro e de diversos ministros do governo, o presidente voltou a levantar, sem provas, suspeitas sobre a integridade das urnas eletrônicas. Isso ocorreu mesmo após a proposta de adoção do voto impresso das urnas eletrônicas, defendida pelo chefe do Executivo, ter sido derrotada na Câmara dos Deputados.
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, rebateu o presidente posteriormente e disse que as alegações de fraude na eleição de 2018 são “retórica vazia” e que a população já sabe quem é o “farsante nessa história”.
O presidente do TSE também disse que Bolsonaro descumpre a palavra dada ao manter o que chamou de “campanha insidiosa” contra o sistema eletrônico de votação, após ter dito que aceitaria a decisão sobre o tema que fosse tomada pelo Congresso.
Bolsonaro também chegou a cobrar no 7 de Setembro a saída do ministro do STF Alexandre de Moraes e disse que não iria mais cumprir determinações judiciais dele. Moraes conduz investigações sensíveis contra o presidente e aliados do chefe do Executivo.
Posteriormente, o presidente do STF, Luiz Fux, reagiu e o alertou que o descumprimento de decisões judiciais poderia configurar crime de responsabilidade.
Após isso, Bolsonaro divulgou uma Declaração à Nação na tentativa de serenar os ânimos com o Supremo. Nela, admitiu ter divergências com Moraes, mas procurou sinalizar que iria procurar uma relação harmônica com os demais poderes.
Fonte: ISTOÉ