Pinga, marvada, aguardente, dengosa, água que passarinho não bebe… Seja qual for o apelo da bebida tipicamente brasileira, uma coisa é certa: é amada e respeitada nas cinco regiões do país. Paraty sabe muito bem disso. Não é à toa que o tradicional Festival da Cachaça, Cultura e Sabores de Paraty vai para sua 40ª edição, e é hoje um dos principais eventos no calendário da cidade.
O festival, que tem entrada gratuita, acontece entre os dias 18 e 21 de agosto e, como todos os anos, promete reunir grandes produtores da bebida e apreciadores da famosa branquinha.
O evento busca valorizar os métodos de produção, a gastronomia local, e a cultura caiçara, e vai oferecer um tour com degustação em alambiques locais, workshops e palestras. Por ser tradicional na cidade, atrai turistas de várias partes do país. Quatro dos principais alambiques de Paraty estarão presentes.
Atividades de fomento realizadas pela Secretaria de Estado de Agricultura, que vem disponibilizando recursos às agroindústrias produtoras de cachaças e outros derivados de cana-de-açúcar, também são um empurrão para o sucesso da bebida, por meio da Emater-Rio, empresa responsável pela assistência técnica e extensão rural no Estado do Rio de Janeiro.
“Desde o início do processo de renovação da produção de cachaça em Paraty, nossos técnicos atuaram na orientação para regularização dos produtores e das agroindústrias, e também nas linhas de fomento do Agrofundo. Apoiamos e incentivamos ainda a comercialização, com participação dos produtores em rodadas de negócios e em eventos de turismo e gastronomia no Estado do Rio de Janeiro” ressalta Jairo Gomes da Silva, coordenador do programa estadual que promove o fortalecimento das agroindústrias fluminenses.
Tradição desde o Brasil Colônia
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Tradição desde o Brasil Colônia
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Produzida desde o século XVII, a história da Cachaça de Paraty se mistura à História do Brasil Colônia e do Brasil Império. No século XVIII, chegou a ser usada como moeda na compra de escravos. Desde aquela época, já era exportada para a Europa e apreciada como aperitivo. Purinha, na caipirinha, ou incrementando a receita do almoço do fim de semana, a “marvada” de Paraty é sucesso por onde ela passa e está no topo dos melhores destilados do mundo, reconhecida não só pela qualidade, mas por inúmeras premiações.
Mas Paraty não está sozinha. Outros municípios do estado, como Três Rios, Resende, Miguel Pereira e Paty do Alferes, também são grandes produtores da caninha.
Antigo Festival da Pinga
Eduardo Mello, fabricante da Cachaça Coqueiro, a mais tradicional da região, contou que o festival de Paraty foi criado em 1983 por seu pai, para celebrar a tradição da cachaça na região da Costa Verde, e a cada ano o evento foi se tornando maior.
” O Festival da Cachaça hoje tem uma importância muito grande não só pra gente manter essa tradição da cachaça, mas também para fazer a divulgação do nosso produto. Com o festival você consegue vivenciar Paraty na sua essência ” destaca Eduardo.
A princípio a festa recebeu o nome de Festival da Pinga e Produtos Típicos de Paraty. Somente em 2011 o evento foi rebatizado como Festival da Cachaça, Cultura e Sabores de Paraty, em decisão norteada pela oficialização da Indicação Geográfica (IG) “cachaça” para o produto típico brasileiro, a fim de ressaltar a aguardente como uma bebida fina e de qualidade diferenciada.
Fonte: Jorge Luiz.