Blog do Adilson Ribeiro

Sábado – 10:40 – “Fat suit”: entenda a crítica ao filme “A Baleia”. Veja Abaixo:

O filme “A Baleia”, que narra uma espécie de busca por redenção de um professor que pesa 270 quilos, levou dois Oscars neste ano: melhor ator e melhor maquiagem e penteado.

Mas, ao invés, de ser festejado, tem sido duramente atacado pela crítica especializada e também por ativistas gordos.

Aliás, antes mesmo de ganhar as estatuetas mais desejadas do cinema, o filme já vinha sendo duramente criticado.

BRENDAN FRASER FILME A BALEIA

Brendan Fraser em “A Baleia”
Divulgação

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O que é o Fat Suit?

O ponto de partida da discussão tem sido o fat suit, técnica que, com enchimentos, máscaras e maquiagens transforma atores magros em personagens gordos. E, de fato, a equipe do filme se vangloria de ter trabalhado cerca de 7h diárias para transformar Brendan Fraser em Charlie – e até ganhou um Oscar por isso.

Ativistas gordos bradam que uma pessoa gorda deveria ter sido chamada para o papel, comparando a prática ao blackface, que escurece pessoas brancas para que vivam papéis de pessoas negras (e também yellow e red face que fazem isso com asiáticos e indígenas, respectivamente).

Há anos técnicas do tipo vêm sendo criticadas e são um ponto de discussão acalorada, já que o cinema – e o audiovisual no geral – vivem de caracterizar personagens: emagrecendo, engordando, bombando ou tornando altamente esquálidos atores e atrizes para papéis específicos.

Mas essa é só a ponta do iceberg, porque os problemas de “A Baleia” não param por aí.

A desumanização do personagem Charlie e o reforço de estereótipos explícitos do filme valem cada centímetro de discussão. Desde que foi lançado, o filme tem sido taxado como gordofóbico.

Alguns podem dizer que cinema não tem que fazer trabalho de conscientização e nem ser “politicamente correto”, e é verdade.

Sabemos também que o diretor Darren Aronofsky nunca foi um diretor sutil.

Vocês assistiram “Réquiem Para um Sonho” (2000) e “Cisne Negro” (2010)? Ambos são altamente incômodos e levam seus personagens ao extremo.

Mas contar uma história em 2023 sobre uma pessoa obesa maior (como preferem os ativistas) ou obesa mórbida (como preferem os médicos) reforçando estereótipos já cansados, simplesmente não nos leva a lugar nenhum. Nem humano, nem cinematográfico. É o incômodo pelo incômodo em cima de clichês vencidos.

Gordofobia e estereótipos

“Sair do cinema tendo a certeza de que pessoas só são gordas porque comem demais, que pessoas gordas escolhem ficar isoladas e que pessoas gordas não querem se cuidar, pode ser a consequência de ter uma história fictícia criada por pessoas magras”, afirma a jornalista e ativista Naiana Ribeiro em uma postagem bem didática no Instagram, onde questiona o reforço dos estereótipos que fazem as Writing Studio vem de caracterizar personagens: emagrecendo, engordando, bombando ou tornando altamente esquálidos atores e atrizes para papéis específicos.

Mas essa é só a ponta do iceberg, porque os problemas de “A Baleia” não param por aí.

A desumanização do personagem Charlie e o reforço de estereótipos explícitos do filme valem cada centímetro de discussão. Desde que foi lançado, o filme tem sido taxado como gordofóbico.

Alguns podem dizer que cinema não tem que fazer trabalho de conscientização e nem ser “politicamente correto”, e é verdade.

Sabemos também que o diretor Darren Aronofsky nunca foi um diretor sutil.

Vocês assistiram “Réquiem Para um Sonho” (2000) e “Cisne Negro” (2010)? Ambos são altamente incômodos e levam seus personagens ao extremo.

Mas contar uma história em 2023 sobre uma pessoa obesa maior (como preferem os ativistas) ou obesa mórbida (como preferem os médicos) reforçando estereótipos já cansados, simplesmente não nos leva a lugar nenhum. Nem humano, nem cinematográfico. É o incômodo pelo incômodo em cima de clichês vencidos.

Gordofobia e estereótipos

“Sair do cinema tendo a certeza de que pessoas só são gordas porque comem demais, que pessoas gordas escolhem ficar isoladas e que pessoas gordas não querem se cuidar, pode ser a consequência de ter uma história fictícia criada por pessoas magras”, afirma a jornalista e ativista Naiana Ribeiro em uma postagem bem didática no Instagram, onde questiona o reforço dos estereótipos que fazem as pessoas gordas sofrerem muito preconceito.

“‘A Baleia’ não é inspirada em história real. Retrata a vida de um homem que passa por dificuldades que pessoas gordas também passam, mas quem estuda gordofobia acha o filme um desserviço”, diz o post.

O jornalista de cultura Renan Guerra resume bem o ponto onde o filme se perde na tentativa de ser incômodo: “O fato é que a forma como ‘A Baleia’ filma esse corpo gordo caminhando, comendo e existindo é da maneira mais animalesca e desumanizada possível, reforçando certas construções bem problemáticas, de um jeito que é feito basicamente pelo choque estético e visual – aquela sanha de dizer ‘olha como eu sou visceral’.”

“Para além disso, em todas as vezes em que o filme toca em tópicos delicados, é tudo feito de forma rasteira: suicídio, saúde mental e sexualidade são tratados de maneira porca”, afirma o jornalista.

Com informações da CNN.

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