PM segue em estado gravíssimo no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio
O sargento Othon Wagner Solomon Silva Belarmino, de 43 anos, foi o caso mais recente. Ele foi atropelado enquanto trabalhava no acesso à Avenida Brasil da via expressa Transolímpica, em Magalhães Bastos, na Zona Oeste do Rio, e o motorista fugiu sem prestar socorro. De acordo com o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, ele fraturou uma costela, o cóccix, teve uma perfuração do pulmão e seu estado é gravíssimo.
Em um vídeo, é possível ver que o sargento está bem próximo da pista, em uma situação de extremo perigo. As imagens são fortes:
Segundo um PM do batalhão, que não quis se identificar, a posição de risco é algo imposto pelo próprio BPVE. “A Linha Amarela e a Linha Vermelha são os piores locais pois são vias de velocidade alta e os baseamentos são todos em cima dos zebrados (listras paralelas sinalizadas no chão da pista) em um espaço que não cabe nenhuma viatura. Ou seja, um policial tem que ficar dentro da viatura e um do lado de fora, ficando exposto na via”, contou o policial.
Um outro PM do BPVE, que também optou por não se identificar, revelou que o acidente do sargento Othon não foi um caso isolado. “Isso é rotineiro, tem até policial trabalhando interno pois não pode mais ficar em pé por muito tempo depois de ter sido vítima de colisão que Writing Studio ial.
“O policial chega em casa e, ao tomar banho, a água desce preta de tanto que ficamos expostos aos gases tóxicos dos veículos. Se não fosse a nossa contribuição de fazer a manutenção da viatura nós não teríamos nem ar condicionado, estamos largados nesse batalhão com escalas de serviços que até a OAB já diz que é desumana”, denunciou o PM.
Aumento das doenças psicológicas em PMs do BPVE
Segundo integrantes do batalhão, já se tornou comum ver colegas de profissão se afastando do serviço por causa de doenças psicológicas e comorbidades devido ao forte estresse. “Infelizmente o regulamento disciplinar faz com que muitos colegas tenham medo de denunciar por causa das represálias, vindo a contrair doenças. Tiveram muitas denúncias na corregedoria, mas qual coronel investigaria outro coronel?”, questionou um outro policial que faz parte do BPVE.
Advogado levará denúncias ao Ministério Público
O advogado especialista em Direito Militar, Fabio Tobias, informou que está formalizando uma denúncia para levar ao Ministério Público no próximo mês. Segundo ele, há descumprimentos no código de trânsito brasileiro e também no código de conduta formalizado em 2015. “Irei formalizar representação junto ao MPRJ, para apurar e responsabilizar os responsáveis pelos baseamentos arbitrários, bem como levarei a representação na próxima reunião que irei participar junto com alguns Promotores de Justiça do MPRJ”, afirmou o advogado.